segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Do desassossego...


quietude e silêncio,
no crepúsculo que se anuncia
a noite chega, abraça
com mãos tensas

vazias...

tudo que amou
não pode reter,
tudo que viveu
não pode esquecer.

matizes e alternâncias
dores, alegrias

horas maravilhosas,
horas  perversas

tantas horas,
fugidias...

e, aborda um cansaço
ofuscando o voo livre da alma,
quebra sua força e suas asas
na murada do desassossego

uma imensidão, um labirinto
[turbulências e calmarias]

... sente o abraço carinhoso do tempo
guia sedutor na atração vital [terminal]  

[se enlaça na corrente suave do destino]

ele sabe qual direção
(a)seguir...

não deseja ir,
impossível ficar

fecha os olhos,

se entrega...








domingo, 29 de setembro de 2013

O farol ...


 o farol iniciava a ronda
da criatividade...

instante a instante,
retirava das trevas em
ondas incandescentes
um mar de amor,  que moldava
a ‘imagem’ desejada...
  
pulsante,  a maravilhosa
escultura [viva] se desvelava
‘ encarnada’...  cor do sangue
daquele coração amoroso
que o farol,  timidamente
cintilando em intervalos

 buscava ...





domingo, 22 de setembro de 2013

[ interstício ]


perdas!  tantas perdas!

quando irão cessar,
em mim?

nem lembro, quando
a abundância
[presenças]
sustaram de pulsar

e,

o desapego [camuflado]
se.revelou.

embusteiro!

sangra tudo,
finca morada

machuca!

tudo o que era
queima [esvanece]
em sal

as lágrimas
(não mais)

Desaparecem...

tempo, é medida
de momentos
alternâncias
sem fim...

[ passado e futuro
poeiras virtuais
poluentes...

(lembranças e desejos)
sufocam o presente
que sem ar, morre
continuamente...]

agora, é tempo
do despovoar

a alma mergulha,
neste mar de ausências
que brotam da terra
do inefável

... vazio!?

um tempo,(um)sentido

...tão (i)real !













sexta-feira, 20 de setembro de 2013

O azul do teu olhar...

olhar amoroso
vê o melhor
ignora o pior
de mim, 
teu ideal

meu fim ...

como a cor do céu
doce embriaguez
harmonia  sutil
afago macio
da natureza,  

no .a.mar...

miosótis
cenáureas
violetas
gilicinias
linho

...flores

sinfonia
de cores
ordem da luz
brilho de juras
amores 

...azuis








sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Das ‘coisas’ que não sou...


 a flor, enamorada da brisa
a brisa que suaviza o calor
o calor, algoz do iceberg
o iceberg , peregrino do mar
o mar que se derrama na areia
a areia, desliza na ampulheta
a ampulheta, escrava o tempo
o tempo , senhor da vida
a vida que se esvai, em  mim

‘coisas’ invejadas, in.precisas
aberturas do meu [olhar] distendido

arquétipos,
negação

fim...











terça-feira, 10 de setembro de 2013

Vaidade !


nada consegue resistir
cativo aos seus pés, peão
traição, pode ir e vir
se lhe traz tal sedução...

egoísta,  como Napoleão
o carismático da história
abatendo os seus cidadãos
no sacrifício à sua glória...

ser, alegre ou angustiado
ela não discrimina ninguém
é ‘Vaidade’, a  beladona!

no homem, é um fado
o poder é seu maior bem
só deusa kali a destrona...








O lugar da paixão...



 o mundo é pequeno
e pobre demais sem a paixão,

o lugar dos desejos e dos sonhos
a semente da possibilidade
do impossível...

paixão ! um lugar sem lugar
potência de vida...

élan que brota prelúdios,
depois , como a  ave negra, noite
voa  para as alturas e aguarda

o pássaro brilhante chegar...

é luz, o lume que arde seus rastros
des.velando seus segredos...  

fica à espera sem esperar,
naquele lugar...  

assim exorciza  todos  os medos,
na certeza que vai [deve]

sempre re.tornar...



















sábado, 7 de setembro de 2013

Conjurando o medo...


 existe para acabar,

o temor do fracasso [de saber viver]
a angústia da espera , incertezas?
faz do homem um herói,
um profeta...

sabe que nasce vencido
não se rende,  jamais  desiste
é  in.vencível guerreiro, artista...

com sua Arte se imortaliza
engana o destino, é criatividade
pintor, escultor, escritor, poeta
suas linguagens... suas armas

... sua guerra  -

buscar e alimentar a luz
nas trevas que o rodeiam
vencer todos os medos, e

preservar a (sua) humanidade...












quarta-feira, 4 de setembro de 2013

TRÍPTICO


Seleção.Natural


as palavras que importam
devem vir de vozes
que nos raiem
o espírito
não
a.s.ombradas
por negros
‘espiritos’

maus


Tentativas

Cem palavras deslizam, derramam
na seda do papel, sedutor
dez o beijam, sem forçar
deixam marcas
não
manchas


Metafórico

meu olhar viaja
no caminho da águia, azul

“céu”, coerente demais
corrente do poético

in´emocional
patético







domingo, 1 de setembro de 2013

[ o sacrilégio ]


sente a  ponta afiada
da  proximidade marcante
que rasga toda pele
com o sopro das palavras
enigmáticas

metáforas...

escorre o sangue azul
tinta,  envenenada
com mil  dúvidas
que acariciam o corpo
do papel, nu, ainda

violado...

a folha perde a alvura
virgem deflorada
se enche de versos
escusos e confusos
soprando segredos

o sacrilégio...