há em mim tantos seres ( in) diferentes
que espantados com esta multiplicidade
buscam respostas vãs, nas “aparências”
que brotam das circunstâncias, que
se perfazem e se desfazem
em momentos... efemeridades
(como quimeras ou sereias )
fantasias fugazes...
e, sem saber o porquê destas mutações
as minhas faces colhem vidas
no labirinto do intelecto
espelho e reflexo
deste estranhamento.
o ‘eu’ inteiro, entranhado
quebra em mil pedaços
mosaico de invisibilidades
[ ideias, emoções, vontades
desejos, sonhos
imaginação ]
sentimentos e pensamentos
dos seres , sem fim
que me habitam
postos e opostos
(contraditórios)
se amam , se odeiam
ambiguidades
ubíquas em mim...
e, sem onisciência
mergulho no onírico
que regulador da minha sanidade
doa sentidos e significados
a tudo isso que me envolve
( vida , alquimia de pulsões)
... e, assim
recompõe todas as faces
deste enigmático ‘existir ‘
que em explosões , contínuas
cria, salva e controla, surpreende
até o inesperado
extinguir...