...e sigo viajando, nas velozes asas do tempo,
[ pensamentos] que
nascem, crescem e morrem
na busca de respostas...
e aventuras.
atravesso as épocas e abraço as estações,
as horas e os instantes
, assim, renascem
exorcizados nesta viagem...
provo frutos nos pomares e colho rosas nos jardins
bebo água nos oásis , mitigo minha sede
neste deserto que [não mais] habita em mim.
... vejo , quase sinto,
todo traçado da história
captando, neste
voejar, a solidão e o sacrifício
de tantos ‘ gênios’
que deleitam a humanidade
a felicidade,
jamais conheceram...e a glória?
sim, glória
póstuma , muitos viveram...
...e, nos campos de trigo reencontro Van Gogh
meu querido ... vitima do Incognoscível
que constrói e
destrói tudo... pobre amigo.
... de mãos dadas , seguimos por trilhas estranhas e
encontramos Zola no, “café
grabois” , batendo
nos semelhantes... indiferentes.
o genial romancista,
ataca as ideias
que impressionam o impressionismo,
este , abstrato, segue delineando caminhos
sempre , a arte abstrata se justifica per si.
Kandinsky surge com
suas “aquarelas”
manchas de cores justapostas e sua justificação
estética ... “ Do Espiritual na Arte”.
Mondrian , derramando
cores e [geometria]
busca a linguagem
universal – a matemática,
renova e revoluciona com sua arte...
Chagall , se
aproxima e com suas cores frias e estridentes
expressa em linhas
quebradas , a tristeza e o horror
que testemunhou, um mundo em constante insegurança.
Cézanne, não quis
sacrificar seu pincel às finanças,
ignora o chamado do pai
aos negócios da família,
e a perseverança lhe tributa os louros, com seus
” banhistas, jogadores, paisagens, retratos...”
Monet, pinta
várias vezes a mesma paisagem,
em horas,
estações e sob luzes diferentes
busca obter novos efeitos a partir do mesmo tema.
Manet , o mais
impressionista dos impressionistas
vai traduzir em suas pinturas o próprio sentimento
[é visionário ]não
quer só reproduzir a paisagem
seu “Impressão,
sol nascente” , é revolucionário.
passamos pela
suntuosidade seca e fria do grande Gauguin ,
suas pinceladas com
largos jogos de tons e sua
síntese -
suas telas oceânicas
muito [ e tudo] revelam
a aceitação da vida ( no desejo de viver),
a saudade amarga do amor e da liberdade perdidos ,
a angústia da
certeza do Inescrutável.
Picasso pinta
visões apocalípticas,
o trágico e o burlesco,o sarcasmo e a piedade
a palpitação da vida e a imobilidade da morte
é genial, se eleva
, assim , ao panteão.
Degas, traz
suas tênues bailarinas
e ao vê-las , até a música escutamos
e um sentir dolente nos consome...
o outro holandês,
com seus peixes- pássaros
numa metamorfose
genial, do preto e branco
e nas asas que são
guelras, respiramos.
passeamos
extasiados [de mãos dadas ] entre muitos
que a arte do passado ,
sem remorso, imortaliza
desde o greco
Fidias à controversa “Monalisa”
Da Vinci, Rafael
, Miguel Ângelo ... vão distante(s).
e,Van Gogh , com seu “Um
par de sapatos “, sussurra-me:
foi pintar para acalmar a dor interior que o dilacerava,
é no domínio
sublime da arte que desforra-se
dos reveses que sofrera toda sua vida...
perdida , eu sigo
nos “ Trigais amarelos “ , acaricio
os quentes “Girassóis”
e sem estorvo algum, lemos os “Livros amarelos” , para
separarmo-nos no sombrio “Campo de trigo aos corvos”
onde , a arma dispara , sem compaixão
... e, só
assim, solta-me as mãos ,
novamente
lança-me no tempo
e no espaço, retorno
para mim mesma ,
absorta, sentindo uma inquietante
mui dolorosa,
comoção...
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