segunda-feira, 30 de abril de 2012

[roubaram meus sussurros]

O vento roubou me palavras de ternura
entregou as à lua minguante
que escondeu se entre densas nuvens

as gaivotas tensas sentiram minha mudez
e voltaram para a terra
o mar se entristeceu

netuno ordenou às sereias que cantassem
seduzissem zéfiro mais uma vez

para que ele se intuísse com o luar
que transborda minha ternura nos amantes

ah, como sonho com meu sussurrar
suave e lírico... como uma canção

meus lábios querem voltar a balbuciar
as palavras de amor que estão represadas
no sangue arte(rioso)... do meu coração


domingo, 29 de abril de 2012

Au revoir...


Há momentos na vida
Que nos enviam aos céus

Sentimos tanta alegria
Que esquecemos o sofrer
Ignoramos a dor
Banimos a melancolia

Estes instantes são aqueles
Que superamos nossas mágoas

Sentimos que estamos libertos
Nossas correntes se romperam
A vida se mostra plena para nós

Leves e livres
Voamos para o infinito

Nunca mais olhamos atrás
Esquecemos tudo que nos magoava
Simplesmente, acenamos

Au revoir...




quinta-feira, 26 de abril de 2012

[surpresas...da emoção]

árvores
do conhecimento
galhos
do entendimento
flores
da razão

resoluta
surge a surpresa
desvela se
a emoção
liberando
intensa paixão

sepulta
toda solidão
matando a incerteza
entoando
uma inebriante
canção

saudando
o amor puro
nobre valente
que resgata
aquele frágil
coração...








quarta-feira, 25 de abril de 2012

[mágica desconstrução do tempo]



não existe tempo
não existe espaço
para o pensamento

ele voeja em todo lugar

basta o eco do olhar
pode navegar no (m)ar
ou velejar no vento

é mágico... é momento

a lembrança o segue
adeja no passado
como ninguém

é desconstrução de tempo

a serenidade se apresenta
elimina mágoas e incoerências
o pensamento é encantamento

tem forma de canto e harmonia

sem espaço e sem tempo
é pura magia as ideias afluem
é sonho, imaginação... é poesia



quinta-feira, 19 de abril de 2012

[os sonhos... e o homo]

viajar só é muito triste
lamentava o homo solitário
caminhando na vasta terra

o Criador comoveu- se com
a tristeza da sua criatura e
deu-lhe os sonhos por companhia

felizes... jamais se afastaram
um não existiria sem o outro
essências inseparáveis...

quarta-feira, 18 de abril de 2012

[ teus passos ]

quando as nuvens trazem
sedas para envolver meu corpo
que levita no céu do teu sorriso
onde a asas dos beijos me elevam

sinto a paixão abordando
e devagar se aproximando
no som dos teus passos
que silenciam meu cansaço

...e atiçam todas as sensações

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Reflexo...

olhe me e diga
... que vês?

consegues um olhar?

esta é a minha face inteira
as lágrimas são bem vindas
lavam minh´alma... libertam
cospem a máscara vencida

transparente desvelo me
e assim termina a sina
de imaginar me... imortal

não saberia viver escondida
na vazia palavra sem vida
nutrindo emoções abatidas

sinceridade sim... sem
alucinações angelicais
passo firme... coragem
de refletir me mortal

voes para longe belo anjo
aqui nunca foi o teu lugar
teu céu é nas estrelas

que cegaram me o olhar...

domingo, 15 de abril de 2012

Com amor... e por amor

venero(re)viver minha cobiça
entrar no coração e queimar
deitar na paixão... abrasar

numa noite maliciosa de luar
olhar as estrelas enamoradas
resgatar minha alma ardente
sedenta faminta de carinhos
que o lume interior sustenta

com amor... e sempre por amor

ALICE LUCONI NASSIF

quinta-feira, 12 de abril de 2012

[ amores terminais ]

antes,

eu me desviava
das lágrimas do céu
chuva doce macia
que caía no crepúsculo
para não me ferir
e te entristecer

te amava demais

agora,

o brilho do luar
caí sobre meu corpo
pela janela aberta
esmaga me no leito vazio
à noite morro assim
sim... me entristeço

por não amar te mais

quarta-feira, 11 de abril de 2012

[a vida quebra assim ]

o espanto
o desencanto
a queda
o estrondo
os fragmentos

a realidade
com o tempo
transparece

fazer o que?

é um fim...

junta-se
Os cacos
do coração e
com a razão
o restaura

é mosaico
do porvir
(re)animado

é devir...

esse é o movimento
do ser e do viver

sabes,

a vida quebra
assim...

[o poeta não é irracional ]

ser poeta não significa alienação
ao contrário cultua a atenção
o poeta vive além das intuições
seu olhar ultrapassa a si... transcende

o amor é sua fonte mais prazerosa
a dor faz parte é complementação
o intimo é a chama inspiradora
o Outro é seu cuidado sua aflição

a sua época é a sua fantasia
a história fonte de imaginação
a noite a lua e as estrelas
nutrem a sua alma preciosa

a aurora é sua companheira
o mar seu confidente leal
o sol ilumina seus profícuos dias
e suas palavras o tornam imortal

as imagens que cria são tesouros
escondidos na mente e no coração
só o poeta forja beleza da tristeza
e da morte uma eterna ressurreição

o poeta é o encantador da magia
expressa sentimentos e sensações
seu dom é decifrar todas linguagens
extasiar... revelar pensamentos emoções

[ o poeta não é irracional... ]

terça-feira, 10 de abril de 2012

Agonia ou serenidade?

Podes juntar todos os sentimentos
Alegrias e dores que caibam
Na tua mente... que pensa
Ou no teu coração que sente
Talvez... na tua poesia que expressa

Jamais irás desvelar me

Nem a meus complexos instantes ou
Pensamentos... singulares

Sou única... sou só... sou momentos
Nasci e irei perecer assim... indecifrável
E as tuas aproximações não decodificam
O enigma que sou, nem o meu eu esfinge
Decifra o que fui, sou ou serei...

Será isso agonia ou serenidade?

Nada saber... ser (ainda)possibilidade

domingo, 8 de abril de 2012

[ silêncio... tudo ]

impossível não ouvir
o grito deste silêncio
que atravessa o vento
perdido...sem ferir machucar

os raios do sol silenciosos
penetram o ar acariciando o
atravessam no sem magoar
enchendo o de luz...

quando se teve em demasia
a perda é maior... esse vazio
passa a ser um nada espaçoso

o silencio e a imaginação
criam imagens que preenchem
esse nada imenso... com tudo

são raios luminosos infindos
irradiados pela (sobre)vivência
que aquecem corações perdidos

quarta-feira, 4 de abril de 2012

[ simplesmente ... feliz ]

fico feliz quando o raio do sol me desperta
fico feliz quando a chuva derrama se em mim
fico feliz quando as mãos do vento me abraçam
fico feliz com o calor e com o frio

fico feliz por saber amar uma flor
fico feliz com o marulhar do mar
fico feliz com o céu estrelado
fico feliz com a magia do luar

fico feliz por saber pensar com amor
fico feliz em te ver feliz no teu amar
fico feliz em não precisar explicar
fico feliz em nunca duvidar... de mim

porque,

o indubitável alcanço com o refletir
do meu sentir... do meu pensar
mente e coração a fruir

[fico feliz por existir... acredites]

segunda-feira, 2 de abril de 2012

[ o refúgio ]

pela janela aberta fogem
o ontem e o amanhã
o tempo se desfaz
no sorriso dos instantes

florescem das ruínas
os lamentos apaixonados
das canções outonais
que amarelecidas entoamos

mas,

acordamos acariciados
pelo vento cegados pela luz
que mente... é sonho
a noite é jovem ainda

o coração pulsa em ondas
onde navegamos abraçados
e a maré que provocamos
afoga nos no mar desta paixão

então,

no refúgio da imaginação
morremos...