terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Queria ser água...


O ruído, dos raios do sol, a desperta
amanhece o dia, a estrela da vida
traz serenidade à sua alma, aflita.

... as coisas do mundo lhe habitam
mergulham na memória, até  o fundo
depois emergem, como a água fria  
que rejeita a forma sem temor algum
mas,  se submete ao peso,  resvala
mundo a fora, irrigando desejos.

...   sensível a qualquer movimento
se derrama de bruços sobre o chão
sem humilhação alguma, encerra
o elemento que domina os mares
à espera do momento de tomar
de assalto , toda orgulhosa Terra.

... como um profundo sentimento

sua natureza é fluir, incessantemente
atraída por aberturas e inclinações
desmorona nos braços dos instantes
numa renúncia informe, transparente
para depois se entregar, radiante
ao colossal espírito dos oceanos.









quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

O estranhamento nutre o artista... da vida.


 uma revolta se desvela,  é arte
como força  espontânea e incontrolável
que brota por reação ao desconhecido 
 a essência ,  o fundamental do humano
que envolve um estranhamento
ao ‘ser’ inefável que não é,
porque está sempre se perfazendo
“ sendo”.

só pode ser aquele  que luta contra o mistério de si mesmo
traduzido na angústia abissal que o sangra
[desde o ventre até a fria tumba]
sofre por se desconhecer
é incognoscível
enigma.

não sabe quem ou o que é, crê  que nunca saberá
busca , desesperadamente ,  esta ‘sabedoria’  misteriosa
‘sente’ ser o verdadeiro culpado
que gera a dor, o desespero
ao aderente “eu”
 que o envolve

é
 solidão.

... logo,  o conhecimento de si mesmo é o mais desejado
 também,  o mais impossível, sempre escondido no intimo
que nutre o espiritual  - transformador, etéreo e invisível .

... mas , se descobre  pelas escolhas que se permite
ao educar seu curioso ’ olhar ‘ que mira as imagens
metamorfoseadas  - desconhecidas e recatadas
do seu verdadeiro ‘ser’,   precioso estranhamento
  mescla de admiração,
e espanto...

... assim se apresenta ao Outro,  em aparências mil
que se desdobram  em linguagens  múltiplas, criativas
projetadas  para autenticar-se...  na reflexão da essência
de si para  aquele que quer  lhe  ‘saber’  , conhecer
ele se vê no Outro...

nesse movimento , nesse desejo , nesta procura
(insistente e persistente, é necessidade)
que este ‘ eu’  e o Outro forjam um existir

sempre“ sendo”  ,  sempre  “ a.parecendo”
surpreendendo a si mesmo
dia a dia, cotidianamente...

então,
abraça esta ‘sabedoria’ fugaz
que lhe diz
ser

o  grande artista
da própria
 vida.




































sábado, 18 de janeiro de 2014

Assim de repente...


de repente,
assim de repente
a alegria surpreende

a alma da gente...

a melancolia,
é resgatada pelo silencio
num  ultimo suspiro , suave

sem pensamentos...

a ausência sufoca
nos braços da presença,
que retoma seu lugar

no imo da consciência...

...e, de repente,
assim  de repente
o amor  pulsa,  reascende

é lume, novamente...












sábado, 11 de janeiro de 2014

Alma candente...



gosto de não pensar,
de sentir as coisas [simplesmente]

sem entendimento algum...

gosto de perder-me ,
de abraçar a própria alma

num encontro íntimo...

gosto de me tornar
aquilo que sou, verdadeiramente

sem ardis  [aparências... ]

gosto de ser livre,
desapegada do peso cotidiano

mergulho no ‘abissal’ [ de mim]

gosto de contemplar
meu espírito desnudo,

vulcão poderoso, força...

gosto deste sentir mágico,
prazer instantâneo, inefável

... pulsão de vida [ ardente ]









quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Rosa dos ventos ...


nascer e morrer  são fatos,
um fado sem sentido algum
dores de parto no tempo, homem
‘ser ‘ que o acaso pariu...

... mas viver, 

é navegar em oceanos desconhecidos
sem rumo e sem direção, adventos
metamorfoses de ‘sentidos’ vãos
... pontos cardeais do existir.

onde aporta a felicidade?

ah, esta é o ‘sentido’ da vida!

o homem é  pura emoção, clamor
soma de forças misteriosas,  grandiosas

‘rosa dos ventos’ de amor...












segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Tempos de infelicidades...


Amar é fácil, pena que não baste...

 Outras variáveis decidem a vida,
deixando escapar pelos vãos do dedos
a tal felicidade...

O valor do amor
tem estado em baixa
na bolsa da existência...

Ama-se as crianças,
ama-se os desvalidos,
ama-se os injustiçados

mas, só amar
(sabemos que)
não basta...

Aliás, os bons valores
se perderam,  há tempos,
na cultura de massa...

Agora , tudo vale
 tudo corre, tudo passa
...e, tudo morre.

Vale,  a velocidade
da troca dos valores

des.valorizados...






















quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Parabéns filha!


amanhecia ,
era o  segundo dia do ano
um  dia  especial, onde as  lembranças sorriam
na  prodigiosa  viagem  ao passado...

muitos anos se passaram,
mas,  parecia ser o mesmo ditoso dia...

resplandecia a  beleza  da aurora !
o sol fulgia no horizonte, colorindo o céu de alegria
com  as jubilosas cores da felicidade e da fortuna
núncias  da boa nova  –  um anjo nascera
... adormecia,  agora , no berço da vida.

menina  linda,
pequena como um botão de rosa
promessa de formosura e ternura
perfumando  todo existir...  

ah, como correram velozes estes anos!
aquela bela flor de amor , germinou...

a luminosa criança se fez mulher
valente e guerreira, terna e venturosa
conquistou , na vida , tudo que quis...

a minha doce menina
sempre , só desejou

ser feliz...