quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Das emoções...


a poesia diz o encantamento
do instante passageiro que mergulha
no mar profundo da imaginação

é um movimento do pensamento
que criativo sorri e se rende
para a dança sensual da inspiração

poesia é magia que pulsiona emoções

domingo, 28 de outubro de 2012

Sexto sentido...



Espreito pela fresta da janela
o dia amanheceu chorando
assim como eu... só lágrimas
mas, sei que a vida é bela.

O ‘gosto’ da chuva mansa
traz me a náusea... do fel
e as minhas lágrimas fluentes
afo(a)gam meus lábios... de mel.

Não entendo este sentir
donde vem esta emoção?
devia estar é sorrindo
ainda pulsa meu coração.

Este complô do universo
com setimentos mesclados
um aziago sinal do porvir
sintoma de ‘olhar’ agourado.

Quem vai deixar de existir?

Serei eu?
Serás tu?
Será o amor?



sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Lamento...


Quanta dor
interrompida
no peito
que sufoca
ainda...

Lembranças
apagadas
retorcidas
do amor
ausente...

Sem presença
nada permanece
tudo desvanece
numa prece
repetida...

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Desejos (sur)reais...


Tudo deveria ser,

como a brancura do jasmim
belo e perfumado
um acúmen sem fim.

Tudo deveria ser,

como uma noite de luar
linda e fascinante
um instigante deleitar.

Tudo deveria ser,

como o marulhar do mar
ameigando os rochedos
sem desejos de manar.

Tudo deveria ser,

como as promessas da vida
sem frustrações sobejas
de obsessões nocivas.

Tudo deveria ser,

como a doce esperança
um futuro de abastança
sem matanças consentidas.

Tudo deveria ser,

como um escopo celestial
O homem afortunado amando
sem aniquilar seu igual.

Tudo deveria ser...


quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Sombra … a glória do poeta.


ó sombra que tanto brilha !

nasceste do ultraje e
da indigna injustiça.

brotaste do massacre
da honestidade e da virtude

que a inveja impôs...

a glória surge do destino
que tanto persegue... em vida
e só após a morte a liberta

do esquecimento...

'esta' é como a sombra
ora precede, ora segue os corpos
e maior se torna
quando tardiamente se mostra

porque imortaliza...

só a posteridade
tem o espirito sereno
sem invejas e antipatias
(dos contemporâneos)

sabendo despertar todos os silêncios.






quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Singular e pessoal


Vivo a passear
Por mares, terras e ar
Buscando as coisas belas
Que a vida pode doar...

Vivo a passear
Por sonhos, desejos ao luar
Buscando nas abstrações
Todo meu imaginar...

Vivo a passear
Por alamedas do tempo
Buscando as doces lembranças
Que me afagam por dentro...

Vivo a passear
Por pontes da (in)consciência
Buscando a alma infinda
Que não quer se libertar...

Porque,

Sem estrutura foge a alma
O lume principal da arte
Que me leva a deambular...

A vida não é comédia
É drama chamado existência
Inicio, meio e final...

(... roteiro singular e pessoal)


terça-feira, 16 de outubro de 2012

A fuga d´almas... calmas


Tanta (des)razão,

deflagrando e lançando
pensamentos vagabundos
infectados... sem nexo

Chuva ou sol
frio ou calor
tempestades
amenidades

tanto faz...

Prazer na azucrinação
muito amor e sexo
ou só masturbação
do intelecto...

tanto faz...

Procriação de palavras
besteirol (in) consequente
infiltrados na chama
que arde na cama
de mentes e dos versos
perversos...

Tedioso inferno,

passatempo
entretenimento
contratempo
abortados dos
pensamentos...

Lesos desconexos
patéticos sem imaginação
parindo monstros
logos... feito quimeras
carvão pré-cinzas
sem lume ou inspiração...

Pensamentos vagabundos
dores mascaradas
(textos pretextos)
fluem adoidados e
chicoteiam as pobres almas
parindo aberturas pelos vãos

[estas fogem... aliviadas e calmas]

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

[retórica...]


ó exórdio
não comece
com desrespeito
ira ou ódio
a introdução...

narre e
argumente
com eficiência
justiça beleza
e ponderação...

prove
toda motivação
sem leviandade
sustente com firmeza
tua argumentação...

ó peroração
finalize
com paixão
e sublime competência
toda persuasão...

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Amor fati... amor à vida


Uma vida de verdade
É o somatório dos momentos
Que se percorre no infinito tempo
Na busca da felicidade...

Mesclam-se as sensações
Sentimentos e pensamentos
Os desejos desejados
Na autenticação da realidade...

Luta-se para vencer sofrimentos
(fazem parte desta experiência)
No decorrer deste tempo
Que nos doa existência...

Vida é milagre inexplicável
É a esperança imperativa
É pergunta sem resposta
É melodia que comove
É paixão sentida (esquecida)
É a busca do ainda-não
É toda superação...

É sentir e querer as emoções
Que em linguagens expressivas
Vencem todo tempo (nosso) agradecidas
Deste viver-existir sublime dádiva
Da magnificência desconhecida...

Divindade? Acaso? Criador? Universo?

Não importa a resposta
Vida é tudo que somos
Simplesmente...







sábado, 6 de outubro de 2012

[coração... ]



precisa esconder-se
(às vezes )
de si mesmo...

e,

esconderijo bom
é aquele esquecido

esquece se que
se está escondido

quase sempre
dentro do outro
coração...








quarta-feira, 3 de outubro de 2012

O Ser criativo...


Quanto mais
Paixão e
Arrebatamento
Mais ‘sentido’ é
O momento...

Quanto mais
Tristeza e dor
Mais intensa
E ‘sentida’ é
A emoção...

Lembranças
Angústias
Paixão ardente
Não se explica
Se ‘sente’...

Porque,

Isso tudo
Atinge o âmago
Bem (pro)fundo
Torna o poeta
Forjador de mundos

[o Ser lirico...criativo]

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Amnésia consentida...


Nem lembro quando
Parei de acreditar

Talvez,

No dia que decifrei
O código do cintilar
Das estrelas trêmulas
Nos braços da noite

As ondas do mar
Cantaram a despedida
Da verdade perdida
Na luz da aurora inocente
Que paria o dia chuvoso

A verdade deveria ser
Terra firme onde
Os pés pisam seguros
Buscando um rumo
O caminho do arco-iris

Mas,

As cores não existem
São refrações da luz
Nas lágrimas do dia
Que torna o terreno
Vacilante... areia movediça

E,na lama sombria
Da inverdade descabida
Que abarca tudo
Enterrei minhas ilusões

Passei a pensar
Palavras e metáforas
Simplesmente...

Pensar é um desabitar-se
Um esquecer de si
Libertar se...

Ruas de tempo...


Existem dias
Que são como ruas
Desconhecidas

Rumam sem tino
Ou destino qualquer

Um oásis de estrelas
Um mar de ternura
Um abraço sem fim

É muito gratificante
Trilhar... tantos dias

A vida é assim
Ruas cruzadas
Encruzilhadas

Sensações
Sentimentos
Ideias...

Fatos são contingências
Passam e desvanecem

Os baques e os descaminhos
Acontecem nas ruas e
Nos becos sem saída

Mas,

A caminhada continua
E os dias vivem
Ruas de tempo...