quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Felizes ou desgraçados?


as palavras
são atos
entes mentais
são energia
vivem...

e,

o poema serve
para tantas coisas
não interessa
seu objetivo

interessa
é como ele nasce
como vivente
de palavras

importa,

se nasce da revolta
ou da indiferença
se nasce da alegria
e do comprometimento
se nasce do ódio
ou se nasce do amor

mas,

se é uma semblância
ou a verdade pura
não importa, não

pode ser pedra
ou pode ser flor
pode ser dor
ou só amor

isso conta, sim

depois que voa
(liberto e criado)
é esplendor...

luz veloz (flecha)
que ilumina
para frente
ou para trás

desce a abismos
ou sobe às alturas
tanto faz...

mas,

ele sempre
retorna para
o coração ou
para ‘eu’ consciência
do seu genitor(a)

o bem ou o mal
[se foi lançado]
vai retornar
multiplicado

as palavras vivem
são energia
(elétrons e prótons)
que anseiam
pelo equilíbrio
'atômico'

neutralizado
(ou somatizado)

um eterno retorno
causa e efeito
isso importa
sim...

é a diferença entre
os felizes e os
desgraçados

uma escolha
um fazer
um fado...








terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Afetação antropofágica


na verdade, sente-se tão pobre
quando muito presenteia
suas mãos tremem, calejadas
viciadas desses excessos.

é difícil seu entendimento
neste rezingar,bizarro e estranho.

mas,

o estranhamento a assaltou, governa
despede-se do [si]logismo
agora, não quer entender
ou que a entendam

precisa que a sintam...

sintam,

aquela dor que sente [fundo]
e o sangue correndo, queimando tudo
por dentro... [algo a esbagoou].

sintam,

o quanto um ‘olhar’ pode ser cruel
ele fere muito mais que palavras
quando rejeita o diferente
[o transformado].

o sublime ou a poética
neste agora, assim se entrega.

deve estar ligado com a carne
deve se fundir com a carne
não mais [só] com o invisível, o mental.

não devem a entender, hoje
quer que a engulam e depois a lancem
regurgitem, até que as palavras tornem-se vãs
e desnecessárias... são vivências, sintam.

hoje ,

é o alvo e é o arqueiro
precisa se ferir para se ‘curar’
da maleita da mesmice e do tédio

quer chorar, para conseguir rir.

neste instante,

é ambiguidade
o todo e a metade, o verso e o reverso
a luz e as sombras, o tudo e o nada

sempre [dualidade], é assim.

é uma metamorfose
se destrói e se renasce
voa no enigmático buscar algo
que sempre procura por si...

só hoje,

o paradoxo comanda
atraindo a repulsa emotiva
do discurso difuso, original

é vaticino de um final...





quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Enigmática dama... quem é?

Quem é essa que surge,
De olhos vendados?

Sempre interferindo e abusada,
Desponta sem ser evocada ou solicitada.

Enigmática...

Nunca quer ser vista de frente
E, seduz quem bem quer.

Mas, como o vento ela muda de rumo...

É muito simpática, marcante e forte
Seu nome é, simplesmente, Sorte.

Brinca jogando dados e cantarolando um hino
O resultado é aquilo que nomeamos destino.

A Sorte é sempre suspeita, não é digna de confiança
Aos desafortunados ela recomenda sempre -

Aguardem meus queridos! Abracem a esperança!











O sorriso do Universo

Ri-se o Universo,
Não está mais só
Ao acaso...

Da sua alegria
Brotaram as estrelas
E os astros...

Entes surgidos
Dos reflexos [ou faíscas]
Do seu sorriso...

Não conhece lágrimas
Nem o vão desespero
[humanos] ...

Um planeta belo, azul
Pleno de seres
Tão ingratos...

Criaram as dores
Para si e para os seus
Semelhantes ...

Demandam,
Continuamente

De onde viemos?
Para onde vamos?

Corpo? Alma?

Só teorias tolas
Abstratas
Tudo é nada ...

Mas,

O Universo responde
De mãos postas
Agastado...

- Aproveitem o milagre
Do meu sorriso

Nascer,viver e morrer
É a única resposta

Importa?







segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

O passado é... a vida

Passado,
não-ser finado
não vive mais
mas existe
demais...

Alimenta-se
dos sonhos
ou pesadelos
expirados
em mim...

Como um
vampiro
que suga
meu presente
fugidio...

Sabe esperar
os instantes
efêmeros
condenados
assim...

Engrandece
se apossando
da vida
cada fim
da corrida...

Quando tiveres
mais passado
que futuro
entenderás
meu canto...

Meu pranto
sentido
esquecido
no presente
acabado...

E,

o não-ser
que morreu
no(é)tempo
diluiu-me
sou eu...



sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Poesia é felicidade...

quando
a vigília
se torna
um sonho

um instante
precioso
silencioso
de inspiração

sou feliz...

o sonho
abrolhado
é a estética
da alegria

que abraça
amorosa
toda minha
criação...

sou poesia...


sábado, 12 de janeiro de 2013

Artimanha da ilusão


sempre guardo
os fragmentos meus
dentro de mim...

são meus pedaços
que com o tempo
reparo [no sim]

em lembranças
arrumadas
desordenadas...

acrescento algo
delicioso
para fruir...

e quando
o presente
está muito ruim

agarro
o passado
no agora alterado

e me ponho
a sorrir
tola... assim

artimanha

para superar
tristezas
ou fracassos

que a vida
encar(n)a
até o fim...

Grito de rebeldia...

Sou e sempre serei instinto
Vida é isso - excessos
Sentidos e sensações

Disposição à criação...

Forças dionisíacas agindo
Duelo à submissão
Fluxo de vigores
Vencendo separações

A totalidade dividida
Razão, sensualidade
Sentimento e vontade
É controle... é indução

O artista e sua arte
Forjam se nesta a-parição
Identidade é unidade
Sem abjetas divisões

Ao esquartejar a sensibilidade
(sentimentos e sensações)
Criou se [ no homo] o ruído de rebanho
Que segue [hipnotizado] as vozes
Dos interesses... da dominação

Sou e serei autenticidade
Inteiro... sem metades
O poeta, o [guerreiro] artífice
Da perene [indestrutível] criatividade

Sou essência... sou super-ação
Irrompo com tudo
Sou revolução

Atenção !










quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

[ milagre]

era noite ainda
quando a flor
tão esperada
[pura magia!]
desabrochou...

encantado,

o orvalho
emocionado
com lágrimas
[ pura felicidade!]
a inundou...

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Fomento de posteridade...


venço a maratona
num tempo recorde
nesta competição vital

existencial...

os anjos entendem
meu sorriso de vitória
neste [ vão ] a-temporal

a imaginação voa, célere

corro para frente
corro para trás

[pensar... sonhar e lembrar]

visito meu passado
abraço meus ancestrais

crio [projeto ] meu futuro
e beijo meus descendentes

sou raiz , árvore, fruto e semente

um ser emocional
[com uma veloz mente]

vitorioso nesta dimensão
sem temer qualquer
destinação...

fado é contingência
sou necessidade

um espírito livre
sem correntes...

póstumo... talvez?

Fomento de posteridade
[somos todos nós]



quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

[sonhando a vida]


a realidade nasce do sonho
... e o que é o sonho?

é o avesso do real
é o que com-firma
o contrato da existência.

um convite,

a ansiar o céu... as estrelas
sonhar com os anjos ‘da terra’
camuflados de homens e mulheres
que vagueiam nas ruas[ mundo da ilusão].

ilusão?

aquele instante que nos abraça
num banco qualquer d´um jardim
ou daquela [ nossa] praça...

chega com graça, sedutor e delicioso
instante que acreditamos não estarmos sós

aquele momento precioso de amor e amizade.

porque,

na verdade sabemos que -

nascemos sós
estamos sós
morremos sós.

e,

só nossa criativa
imaginação
cinzela toda esta
nossa ‘ pretensão’
... de existentes.

um sonho , nossa viagem...




ALICE LUCONI NASSIF