quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Emoção das rosas



as rosas espiam a lua, felizes
exalam seu sentir em cores e perfumes
seus olhos,  pela  manhã, piscam orvalhos
vestígios dos afagos da noite outonal

os olhos das rosas,  brilham...

olhos,  metamorfoseados
na  beleza natural ...  magníficos
me olham compassivos, comovidos
percebem  o gelo do meu ’ olhar’

...e, ofertam  seu calor , aos olhos tristes
no sublime: o  amor que emana o roseiral.


quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Movimento dos sonhos




 surpreende-se,  sempre, com este movimento
onde,  após ter vivido algum tempo
no mundo fantástico e irracional dos sonhos
amanhece como o dia ,  lúcido e consciente
mesmo depois de ter vivido nas sombras [ do inconsciente]

lembra a noite escura que é surpreendida pelos primeiros raios do sol
assim que a insinuante aurora lhe toma o lugar, trazendo o dia
com sua cabeleira brilhante, ondulante e sorriso sedutor...

sabe que tudo não passa de mais uma ilusão,
o movimento é cíclico, repete , repete, repete...

para ela acabará,  quando deixar de sonhar
para o dia , não sabe quando tudo terminará
talvez,  quando sua  ‘estrela’  morrer
e a noite, intermitente, se eternizar...











terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Da aleatoriedade...



é belo encontrar-se , depois da perdição
doces e floridas são as trilhas da razão,
que me levam  ao âmago da verdade.

aquele lugar claro, sem nevoeiros
de afetos vãos. ilusões e fantasias
do tempo adiado , superado
na aleatoriedade das paixões.


segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Fome insaciável


A poesia nutre
Temperada
É faisão, não abutre!

A poesia das cores...



o pincel ondulante , apaixonado
corre , velozmente,  achando formas
nas instabilidades da atmosfera, da luz
do movimento das águas,  ambiente
movediço do molhado , donde brotam
brilhantes  possibilidades...

são cais,  são margens,  são barcos
são brisas, são ventos, são tempestades
reflexos inesgotáveis da natureza,
[ sol nascente, sol  poente]
tempo em movimento,

passagem...

as cores se entregam ao pincel
em  arranjos róseos, azuis, amarelos
verdes , laranjas, vermelhos  -
um arco-iris infindo, nas mãos
da escolha do momento,   que
‘imobilizará o tempo’ , num (en.) canto
de liberdade e lirismo,  impressionista

na poesia  da paisagem ...













quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Das ilusões...

As ilusões da razão,
não me fazem  mal
quando se desvelam.

A razão aceita o erro,
no erro se redime
cresce, evolui

transforma meu mundo...

As ilusões do amor
ou até da própria fé
acabam comigo.

Quando se revelam
com aquele sorriso
sem graça, é cruel

desmoronam  meu mundo...





terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Searas de promessas



era mais um lindo dia,
daqueles que prometem...

as sementes do sol que plantara
naquele espaço  fértil, brotavam
quentes e brilhantes, fugiam
em reflexos d´ouro,  rebeldes
que mergulhavam no lago , frio
onde as ‘náiades’ os domavam
para depois se aquecerem
em  seus  braços...









domingo, 2 de fevereiro de 2014

Tão velho...


ficava  mal, naqueles dias
em que sentia aquele toque,  áspero
daquele velho arredio , o tempo
aquele  tempo passado

... que a  envolvia.

trazia coisas vencidas,  tardias
não conseguia sentir mais nada
reviver tudo, novamente, impossível
os detalhes contam, esvanecem

... perdas permanentes.

mas,  aquele velho,  insistia...

nem lembrar da cor do céu, podia
era um azul vivo, muito diferente
lembrar que um dia foi feliz,  difícil, mas
o desgarrado,  sussurrava ao pé do ouvido,

...  insistentemente.

queria se livrar daquele tempo,
daquelas lembranças adocicadas
tão distantes, perdidas na indiferença
 das ausências, só sombras

 ... amarguras latentes.

mas,  o velho desgarrado,  não desistia
aparecia  na hora , dos crepúsculos
e lhe afagava  sem compaixão,
tomando de assalto sua mente

...  dilacerando seu coração.














A vingança das galáxias...


quando o ciclo se completa
começa a luta das escolhas
que se busca na abertura
generosa  e abundante
que  habita o homo.

tem tudo lá,  a se mostrar
a se oferecer ,  para o prazer
do bem viver...

ó!  vida!  destrua o limite!
a alma quer liberdade! tudo!

viver com a chibata é doloroso,
batendo nos desejos e nos sonhos
empurrando-os de volta à prisão
da fortaleza humana, carne corrompida
por sentidos enfeitiçados...  tolos.

qual o sentido disso tudo?

[ um manancial que não sacia
mendigar dentro da fartura
ser anjo com asas de pedra
ter o céu e não poder voar... ]

ó universo!  qual teu plano ?
por que deste a este animal
as habilidades invisíveis?

que fazer com a inteligência
com a razão, com o raciocínio?
 tudo conduz para travessia das águas
na barcaça de Creonte, para a tua escuridão
o desconhecido , o gelo indesejado.

mas, o espírito,
centro destas invisibilidades
te responde com orgulho e garra:

-  pensas que tenho a ilusão
que lá será melhor, maravilhoso?

é aqui que teu plano infernal
vai para o abismo espacial,  onde vives.
tua solidão deve ser enorme , terrível
para  jogares estes seres( humanos) nesta
 sina: “ saber que existem para nada ”.

o teu engano,  é que um dia
o sofrimento destes acaba. os gemidos
que te deleitam , com a tortura que praticas
ao enlouquecer de dor,  um a um,
irão desvanecer com o fim da espécie
(eles sabem como se autodestruírem)
tua experiência , neste astro, vai fracassar.

...e,  tu penarás eternamente ( duração!?)
com astros frios e mortos  agarrados
no teu peito... és um cemitério!

as galáxias te desprezam , por isso
pariram o buraco negro para ti.
um presente de grego - lembras de ulisses?
tu também experimentarás, teu remédio
a  “delicia”  do sofrimento existencial -

a  grande sabedoria da morte, vais acabar
sem saber o que virá depois...