domingo, 25 de maio de 2014

O viajante da felicidade?


procura aquele distante ,  sublime
onde o pôr- do- sol  pinta o cerne.
vive a buscar aquela figura, divina
envolta em drapeados , transparentes
que a tornam invisíveis para olhos frios
rancorosos e invejosos... da sua beleza.

mas, se entrega ao olhar cor de mel , sensível
que se revelam dois poços sonhadores, de indagações
cujo único desejo é bem viver.  sua boca murmura
a pergunta essencial,  ao espírito de luz que lhe aparece,
naquele  lugar distante , planando no ar
valsando com o pôr-do-sol.

suas palavras aladas  -   “ existe a felicidade? “
se transformam em pó cintilante de estrelas,
que envolvem a mágica figura, que responde
com o ‘olhar  de amor’ ao inocente buscador :
(antes da noite, ciumenta , ali chegar)

“ a felicidade vive em si , se nutre da procura,
nunca desista de a buscar...










quarta-feira, 21 de maio de 2014

Viajando nas asas da luz


                                                           
 a emoção é a fonte do sentir, élan d´alma!
a palavra é só a interprete da emoção,
(os pensamentos fluem sem limites)
por isso não muito confiável, pode falsear
conspirar,  afastar dos verdadeiro  sentimento.

gosto de me emocionar , seja lá com o que for.
sentir um nó na garganta , a voz sumir no ‘olhar’.
as lágrimas correrem na face como fios de seda,
o peito não conseguir segurar os golpes do coração
que despertam a essência,  atraída pela  força pulsional.

isso ,  para mim, é a onda sedosa do existir
que dispara à velocidade da luz,
levando –me em suas asas [da verdade]
até os limites do universo possível,
onde irá me lançar e à  minh´alma,
no abismo da eternidade...

o que vale,  é esta aventura de sentires,
que vai  abandonando  fragmentos de pensamentos
que  se petrificam em palavras (conceitos),
pelo  labirinto da,  inescrutável , existência.

quem irá lembrar?
apareço e desapareço,  sem companhia.
ninguém nasce ou morre comigo!

somos só nós duas!
eu a minh´alma imortal ...









domingo, 18 de maio de 2014

Pés de cetim





Não se aflija com o voo dos sonhos ,
é a natureza do sonhar ser assim.
Sempre sentirá o perfume exalado
destes devaneios , como num jardim.
Onde o olor que os sonhos espargem,
semeiam amores... sem fim!

Com asas oníricas e pés de cetim,
brinco nas nuvens, no céu que forjei.
Canto esta ode de ternura, para valsar
com os momentos de amor, que sonhei.










Candelabros


se quiseres sofrer mais e mais,
te acorrentes em teus apegos
(ideias, desejos, vontades)
sejas um eterno prisioneiro,
das tuas sensações... frágeis.

esqueças o poder de voar longe,
saber  das  fascinantes paisagens
como aquele mágico bosque, íntimo
de árvores de vidro,  candelabros...

onde podes apreciar as flores
(azuis, amarelas, laranjas e vermelhas)
cores  da fantasia,  da poesia, da arte
que se desvelam para ti , no lume  
da tua, imperativa,  liberdade...








sexta-feira, 9 de maio de 2014

O poeta é fuga...


o poeta não é um ser especial,
é um homem comum, em fuga.

foge da estupidez da sua realidade,
do vale das sombras que lhe acorrentam
usa sua linguagem para a liberdade...

sua nave fantástica, viaja milhas sem parar
 para frente e para trás, para cima e para baixo
não tem rumo certo, nem direção...

visita o céu e o dança no  inferno
se funde ao sacro e ao profano
vai ao passado e ao futuro , em instantes.

um ir e vir...  de pensamentos e emoções
que as palavras tentam dizer, mas
nunca conseguem...

porque,  o poeta é um ser dissimulado,
anda por atalhos, não sabe o que é
nem onde pode chegar...

caminha na neve, quer ser gelo
corre no deserto, quer se queimar
mergulha no oceano, quer ser água
e,  voa com as nuvens, quer ser ar.

... mas,  acaba sob a terra.

seu calvário não é viver, e sim
não saber por que vive assim
neste desespero... existencial.

numa caçada espiritual, por respostas
 impossíveis... da escura eternidade
do antes e do depois,   de si...

um homem comum , em fuga
que busca  embelezar a realidade
numa linguagem  quase mística...

















domingo, 4 de maio de 2014

Faça amor com o tempo!


não  lute contra seu destino!
serás infeliz...

procure desnudá-lo , com malícia
ele gosta de parecer misterioso,
ser decifrado da cabeça aos pés.

vai derramando sinais em toda parte,
quer ser penetrado,  no profundo...

há o ruído de pernas caminhantes,
sob saias transparentes e calças elegantes
à sua passagem,  ali ele te espera...

mais adiante, surge o belo mar de rosas
mergulha fundo, se fere nos espinhos, por ti.
é curado pelo perfume da flores, que o  elevam
à superfície azul , onde a estrela guia aguarda.

a tua estrela !  lembras?

é  o derradeiro momento
de conquistá-lo,  fundir-se  com ele
seguir em frente , assim...

são  estes passos
que irão marcar as horas
não os relógios...

cante seus cantos
dance suas melodias
banhe-se com ele ao luar...

beba do seu vinho,
e, saboreie suas iguarias...

por fim,

façam amor livre com o tempo,
sob os ventos do deserto [ da vida]

irão parir mais instantes
pequenos oásis

...de felicidade.










sexta-feira, 2 de maio de 2014

Tudo é tão misterioso!


as eras passam, sem descortinar
aquilo que se deseja saber
sente-se algo grandioso, a volta
a existência bordada num raio luminoso
que  atravessa todo ‘ser ‘...

andamos lado a lado com nós mesmos
 e, não nos conhecemos sequer
coisas estranhas nos abordam
inoculam  [afetam ] com um mago élan
que nos faz tudo fazer...

a razão é tão frágil,
diante de uma força passional
donde brotam atos intempestivos
que deixam ruínas de arrependimentos
na queda forte... do  ser racional
que cai  de joelhos, sem entender
( faz sem querer fazer )

tudo é tão misterioso!

parece que doa-se o que não se possui
como se usados fossemos [ canais]
algo  místico  atravessa  o ‘ser’
 acaricia , transpõe,  enfeita
 assim age e nada  diz...

como a tão desejada  felicidade
que se pode tão bem distribuir
em  todo entorno que se possa atingir
sem  nunca,  jamais,  se sentir feliz...

e, tanto terror se pode disseminar
sem nenhum  temor conhecer
indizível (ser)  horror !

como é inescrutável  nosso  ‘ser’ !

até a sabedoria pode-se semear
sem  sábio se [sentir]... ser

tudo é tão pro.fundo,  impenetrável
misterioso !








Pantheon dos desejos



perambulo  entre meus sepulcros
recolhendo as flores mirradas
e, relembrando com saudades
os corpos ali conservados .

tantos  desejos !
realizados , possuídos.
a cada posse,  os anseios  morrem
 acabam, ali , sepultados.