sexta-feira, 29 de junho de 2012

Morre-se de amor?


pergunta o reflexo do espelho
que cansado ouve o tempo
sussurrando baixinho
travestido de momento

o vento que por ali passava
poeta romântico da natureza
responde compassivo

morre-se de amor
se o amor nunca morre
e é consumido pela dor
d´amor não correspondido
interrompido... na imaginação

morre-se de amor na fantasia
romeu e julieta ou o jovem werther
goethe e shakespeare vivem
é poesia sublime que oferecem

de amor não se morre não
amor é fascinação é vida
é coração em festa é ventura
jamais uma perdição

o que morre... diz a brisa

é o amor superado que
desiste do ser amado
fica a torturar em vão
su´alma entristecida
delírio ermo da solidão





domingo, 24 de junho de 2012

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Lume do existir


Ali e outrora
Visitam o
Aqui e agora

Pensamentos instantes
Viajantes no tempo
Da memória

Então,

Passado é presente
Eterno retorno
Momento...

Futuro é imaginação
Um precioso ‘presente’
Escondido no tempo e
No espaço... infinitos

Oh! Eterno pensamento
Viajante incessante
Energia vital a fluir

Luz na escuridão
Dna de uma espécie
Lume do existir...






terça-feira, 19 de junho de 2012

[é madrugada...]


acordada sinto o progresso das horas
o tempo se esvai rasgando as trevas

observo o quarto cinzento
que começa a mostrar os objetos
como se o véu negro que os envolvia
fosse retirado bem devagar
revelando os segredos do dia que se acende

os raios alaranjados do arrebol
penetravam-me suavemente
através da fresta da janela entreaberta
numa oferta de luz... e vida

a brisa traz de volta tuas caricias
ternuras jamais esquecidas
nesta lembrança fugidia

é madrugada... ainda


sábado, 16 de junho de 2012

[mágica cordilheira da utopia]


sei que o que busco não existe
mas assim mesmo procuro

acosso o tempo com ajuda das horas
suas emissárias
que submetem e escravizam
sedentas famintas
devoram... sem explicação

então,

penso naquilo que possuo
ou que me possui

o sol, a terra ou
o próprio tempo

devolvo os meus sonhos
àquele lugar d´alma d´espírito
d´onde brotaram

as mãos da imaginação
os (a)guardam silenciosas

porque,

os sonhos são montanhas de sementes
matrizes de potências adormecidas
um dia, talvez, despertarão

no momento... não

são apenas poesia
na mágica cordilheira
da utopia

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Solidão dual...


maravilhado e estupefato
descobre não estar sozinho
naquilo que pensa e insinua...

um século os separam
os livros trouxeram-no para o eremita
assim ele encontrou seu precursor...

satisfeito... é feliz

sabe que idéias engendradas na solidão
trazem a marca do silêncio
são quietas e caladas...

assim é o correto... assim deve ser
o sábio sabe que nada é definitivo
ao contrário tudo é bem relativo...

agora tem companhia nesta solidão
uma prazerosa e feliz relação
que chama “dualidão”...




domingo, 10 de junho de 2012

[a paz que vem de dentro]

Conta o poeta etéreo
Em um tom afetuoso
Que o viver é milagre
Deve se olhar ouvir
Os sinais

A Natureza brinca
Joga ensina guia
E revela os segredos
Da enigmática vida

Desde o arrebol
Que o pintor inveja
Até o azul do céu
Que reflete no (a) mar

As estrelas cintilantes
E a lua cheia platinada
Refúgio dos amantes

O olor dos jasmins
Aspergindo orvalho
Nas rosas encantadas
Enamoradas dos cravos
No deslumbrante jardim

Onde as borboletas
Beijam as flores
E as abelhas
Buscam o mel
No rastro
Dos beija-flores

Sublime!

Ah, poeta divino!
Um anjo um prumo
Derrama serenidade
Um centro...

Uma dádiva esta paz
Este rumo
Com sabor de êxtase
Que explode
De dentro...




sábado, 9 de junho de 2012

amor puro... puro amor

o imenso mar gota a gota
não preenche
o frasco do puro amor
que infindo
é essência... transcendente
auto alimenta se

nasce no âmago do próprio Ser
cultivado pelos longes distantes
silêncios iguais... nutrientes
são indeléveis energia cambiante

as aproximações
se amor não puro
são efêmeras
velozes fugazes
meros prazeres
que pontuais
entediam

acabam...

quinta-feira, 7 de junho de 2012

[ galáxia distante ]


olho o céu e o mar
solitária viajo
no pensar

deixo de existir
sou puro elemento
soprado pelo vento

invisível vou
desvanecendo
nesta ausência

então,

ouço... sempre
um brado distante
que (re)anima a vida

é o bardo cantando

um poema infinito
que me fita doando
presença

chamando...

quarta-feira, 6 de junho de 2012

[ sinergias ]


os poemas são sóis
trocam energias

e as sinergias
nutrem o poeta

como atleta
distante... corre

e o tempo morre
nesta maratona

só a vida é dona
desta magia

uma fantasia
que se desfaz

bela e sagaz
presente

iminente
nos versos

que inversos
geram emoções

camões
o bardo perdido

escondido
no mar de paixões

nas canções
que o povo canta

encanta
o pensamento

e o momento
abraça o vento

impedimento
tempestade final

só é imortal
a poesia

quando nada lhe falta...


terça-feira, 5 de junho de 2012

Rumores...


murmuram as águas na cachoeira espumante
precipitam se pelas encostas do rochedo
na busca licenciosa dos rasgos da montanha

o solo no vale lembra um mar de sangue
pelas flores vermelhas de um arbusto
que cresce ressoando em toda parte

cantam os pássaros uma sinfonia
para saudar o arrebol do crepúsculo
que vai colorindo o azul do céu

sussurra a inebriada noite
uma solidão de rumores paira sobre mim
neste meu refúgio (des)encantado

[invisível...rendo me assim]


sexta-feira, 1 de junho de 2012

Desassossego...


Tenho um sentir, mas me entristeço
Pois não me conhecia tanto assim
Quedo me lembrando do meu berço
E desta metamorfose surreal em mim

Amo tanto os outros que enlouqueço
Desassossegada com destinos e acasos
Desejo as alegrias e não me esqueço
Das tristezas, incertezas e fados

Anseio que a vida me surpreenda
Traga me a noite e o arrebol da aurora
Busco um coração que me compreenda

Afago o existir com sinceridade
Procuro a verdade em qualquer hora
Cobiço o olor da fugaz felicidade