quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Súplica...

Quero ajuda,
poderias pegar minhas mãos?

pois o nefasto se aproxima , me busca
para me esconder nas brumas
desta escuridão sombria
que toma posse de mim.

me abraça o mal da melancolia
dor profunda e aguda d´alma
que devora sem compaixão
arrastando me ao abismo , meu fim.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Tragédia humana...

A atitude de espreita
É a face mascarada do medo
Teme-se a si mesmo
Foge se da introspecção

Vive se a (o) sonhar
Como a flor da montanha
Que sonha com um
Campo florido

Mas,

O mar calmo sereno
Não convida a navegar
É a ventania que movimenta
A embarcação

Ilusão é falsa calmaria
Acomodação tédio

Mesmo asfixiada
A “verdade”
Sempre renasce... rompe
No marulhar da existência
É seu destino... ser

O temor de si mesmo
É o pior dos inimigos
Da “necessidade” que
Está condenada
Ao acontecimento

Cedo ou tarde
Ela envolvera o momento
Não é contingência
É mandatória...

Porque,

A realidade
É aquilo que devemos
Sempre pensar sem cessar
Jamais aquilo que queremos
Só acreditar...

Ser não é parecer
É existir sem disfarce
Com grande coragem viver
A tragédia humana ... nossa glória.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Da poesia...

Semeada no tempo
Carregada pelo vento
A poesia não escolhe
Formas nem contextos

Muito menos lugar...

Brota na empatia do mundo
Fática, metafísica... existencial.

Uma relação sem igual...

O poeta derrama luzes
Nas sombras da vida
Um exercício sublime
Dos escolhidos sensíveis
Anônimos e (i)mortais

A matéria passa
A poesia transcende
Perpassa...






quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Um amar...


Perco me
Na relva doce
Dos teus beijos.

O perfume do amor
É olor delicioso
Do meu (suspir)ar.

Onde levito no enlevo
Do toque dos lábios teus
Nas nuvens do meu (a) mar.




quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Névoas...


a neblina surge de repente
uma névoa densa e fria
que encobre tudo... devagar

também as sombras buscam
a alma da gente, na recusa
de acordar o sentimento amoroso
cansado e ofuscado pelos desencanto

porque o amor é o único sol
que aquece e ilumina a vida
afastando nevoeiros sombrios
inimigos de um existir verdadeiro

... só no amor se vive plenamente


terça-feira, 20 de novembro de 2012

Ruínas...


abraçada ao sonho
de viver um grande amor
de verdade

sucumbe na penúria
da ilusão
desta ingenuidade.

que mata
com requintes de loucura
toda ternura

sufocada
n´alma triste
com a vil realidade.

.


segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Recordações...

As separações acontecem
Mas, deixam vivências
Que somam e crescem...

O precioso da vida é amar
Ter muito que recordar
Triste é o esquecimento...

As lembranças vivem
Nutrem corações e almas
Tempo e lugar não existem...

domingo, 18 de novembro de 2012

Pensamentos entristecidos...

Um pensamento autêntico
tem vida curta e morre
ao se transformar em palavra.

A palavra sem vida
pode ser pedra ou flor
depende do furor ou do amor...

Pensamento elevado
dispensa a pena...

É com pena que abandona
a cabeça que o gerou
paralisado na palavra
que alimenta discursos vazios
dos decapitados...

Sina triste e desgraçada
dos pensamentos elevados,

nutrir discursos despropositados...

sábado, 17 de novembro de 2012

Alternâncias...

antes,

eu me desviava
das lágrimas do céu
chuva doce macia
que caía no crepúsculo

para não me ferir
e te entristecer

te amava demais...

agora,

o brilho do luar
cai sobre meu corpo
pela janela semiaberta
esmaga-me no leito vazio

toda noite morro assim
e padeço muito

por não amar-te mais...









sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Nossas perdas...

tantas e tantas perdas,
os portões do meu coração
cerram se na dor.

os fragmentos do luto
dilaceram meu intimo
rasgam minh´alma.

estou no deserto
ninguém escuta meus gritos
as legiões de Anjos
se foram... partiram
restou o sofrimento
( e a certeza).

era tudo mentira,
promessas vazias.

a solidão humana
(permanente)
(re)aparece neste mundo
passageiro e angustiado.

chega se só
e só se parte ,
não há como evitar
a perda de si mesmo.

o inescrutável
me carrega nos braços
para o absoluto
de onde vim e
para onde devo retornar.

oh, pedras e espinhos!
que tanto me ferem
nesta hora de agonia.

me enterrem
num sarcófago
de nuvens... e
declamem poesias
(quero encontrar a paz),

por favor!

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Sede do poeta

rompe se
da árvore
sonhadora

a folha nua
que vegeta
o poema
adormecido

sempre
a espera
de mãos
mágicas

derramando
palavras
em sulcos
de acolhimento

dos versos
oniricos
do poeta
sonolento

sedento...

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Abjeta contradição


Ao escrever
(seja coerente)
Preste atenção
No vírus da contradição

Evite a prolixidade
E a falta de clareza
Fuja correndo
Dos neologismos
Isso tudo é uma máscara
De escrita medíocre
Pretendendo parecer
Que tem algo a dizer
Quando nada tem...

Assim brotam
Textos vazios
(virulentos)
Sem conteúdo
Uma evidente
Premeditação
Da tergiversação

É insolência
(intrigante)
Tentando brilhar
Em rascunhos
Sem sentido
De autoglorificação
Outro sinal doentio
Da incompetência
(e evidência)
Malfazeja
Da abjeta contradição.



sábado, 10 de novembro de 2012

O tempo toma conta...


As densas nuvens se desfazem
Nos braços do vento amoroso
Abraçados e suspirosos observam
As montanhas e os verdes vales
Os rios derramando se nos mares.

As árvores frondosas dos bosques
Na primavera brilhante glamorosa
São as mesmas que perderam as folhas no outono
E se embruteceram no inverno num negrume
Como o bom carvão que um dia foi lume.

As afortunadas árvores são como nós
(guerreiras valentes esperançosas)
Vencem as estações e se renovam
Nas instigantes temporadas da vida.

Porque nossos instantes mais preciosos
(sementes das vivências)
Ficam entalhados no nosso âmago e
Luzem como diamantes escondidos
Guardados no tesouro da memória
Na profundidade abissal do nosso ser.

Mas,

Aquilo que foi desperdiçado
Jamais retornará para nós
(nas lembranças não há vazios)
Fica perdido no passado.

E o tempo sempre toma conta
(daquilo que fomos)
Empurrando-nos para frente.

Viver é o grande desafio
(vida contemplativa e activa)
Devotado à sabedoria e ao amor
Atos e relações elevadas
São imperativos no devir insistente.

Porvir é futuro des-programado
(sabemos disso e desejamos ser felizes)
Não há um destino nem existe um fado

Enquanto há vida sempre haverá esperança.

E as densas nuvens se desfazem
Nos braços do vento (tempo) amoroso...



quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Fascinações perigosas...


tem dias que nos desconhecemos
nos tornamos estranhos e adversários
de nós mesmos. a mente e o cérebro
se desconectam... o processo corporal
das realidades corporais e mentais
sofre uma pane,tornamo-nos (auto)destrutivos.

nestes dias nos sentimos fascinados
pela melancolia ou pelo ódio
inimigos mortais da nossa humanidade.

o ódio tudo destrói menos a si mesmo.
sabemos dessa terrível verdade
pelos destroços que ficam à nossa passagem.

não pior é o fascínio da melancolia.
apaga toda a alegria, a nossa luz
e nos joga na escuridão.imediatamente,
a covardia aberrante sorri debochada
por nos ter vencido(estraçalhado).

o mel da vida cessa de jorrar
o amargo do fel tudo invade
a náusea impregna nosso ser
no seu abraço venenoso e mortal.

devemos reagir à destruição
suicida ou homicida que nos habita.
o antídoto para tudo isso é o hábito saudável,
as virtudes que são aquisições na negociação
do estado do ‘bem-estar’ da nossa alma e corpo.

um antídoto ao veneno
das convicções exacerbadas
(nossas infindas verdades)
fontes que nutrem
tais fascínios fatais
pode vir a ser, sendo:

o respeito, a generosidade
também a compaixão e o perdão,
o bem em nós aparecendo.

estes amalgamados aos afetos em geral
(tornando-se habituais)
surgem como heróis que nos salvam
dos excessos de nós mesmos,
domesticando a selvageria
que fez a morada no âmago
do nosso inescrutável ser.

somos descendentes de adão,
cains e abéis vivem em nós.

mas, somos também

projetos divinos(ou acasos) viáveis
sem (qualquer) exceção...




terça-feira, 6 de novembro de 2012

O Banquete ...


No banquete de convivas calorosos
Brindava-se Eros, belo deus do amor.
No embate heleno dos corajosos,
Dionisio ofertava vinho...e ardor.

O discurso recomeça acirrado
Há Eros baixo e Eros elevado,
Há o que ama e o que é amado.
Diotima conduz o sábio condenado.

Neste Amor recebe-se sem procurar,
Ama-se sem perguntar quem deve doar.
É chama que abrasa sem nunca cessar.

É paixão plena, atração dos contrários.
Força una dos sentimentos arbitrários,
Banquete gula no convite a amar.







sábado, 3 de novembro de 2012

‘Ser’ de(ma)lícia da eternidade ...


Na misteriosa trama do devir
A bandeira da liberdade deve ondear,
Porque ser plural e indeterminado
É um imperativo do ‘ser’ (em) geral.

Evento primordial, aparecer e desaparecer.
Intervalo temporal do buscar encontrar
Todas fruições... possíveis do acontecer,
Prêmio aos ‘sensíveis’ que vivem a amar.

Um buscar incessante pela felicidade
Na persistência da insistência (do)ideal
Que movimenta vontades desejosas
De transformar a angústia (do)real.

Sempre dói muito, demasiadamente
Este marulhar do mar da verdade,
Sussurrando em suaves ondas, maliciosamente
“a cada um a sua fatalidade... “

Quão maravilhosa será a eternidade?