segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Arquiteto...

Curva se para erguer
As sílabas das palavras
Que casam com os verbos
Nos tempos que sopram
As tempestades de idéias

Arquiteto de frases
Constrói as torres
Que elevam verso a verso
De dentro para fora d´alma
As emoções do íntimo

Querem subir aos céus...

Edifica divinamente
Estas dádivas e agradecido
Forja com amor, os símbolos
Da representação
Que encena o poema

Palavras só palavras...

Benesse do homem
Que vive na ousadia
Enquanto deitado
No coração da vida
Espera a sua hora...

Será isso a poesia?

Neruda sempre sabia
Vivia seu canto
Tudo queria

“Yo quiero
que todos vivam
en mi vida
y cantem em mi canto...”

( Eu quero que todos vivam na minha vida e cantem no meu canto)

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

O amor ...


Olha nos teu olhos , encantada
Suspira sem dizer nada
Diz que te ama demais
Gosta do teu sorriso

Teu coração tudo sente
Embriaga tua mente
E deseja este amor...

Preste bem atenção
Se tudo isso acontecer

Não deixe este amor escapar
Porque é muito raro ocorrer
Neste mundo desalmado
O afeto verdadeiro aparecer

E a pessoa certa chegar...

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

A magia... pura intuição



o poema diz o encantamento
do momento que se prende
nas teias da imaginação

é o movimento do pensamento
que criativo sorri e não se rende
para o pulsar do remido coração

a poesia é magia... pura intuição






sábado, 8 de dezembro de 2012

Afetos silentes...


Vagueio só,
Minhas palavras
Nascem desta solidão e
Trazem a marca do silêncio.

Sem vivência partilhada
As palavras calam
Sem comunicação
Sofrem, silentes.

E meu grito soa, estridente
Neste deserto onde vivo
Buscando o perdido oásis
Dos meus afetos... escondido.

Guarda-me...

Leve- me para casa sem temor
Guarda- me naquele cantinho
Onde a ternura fez seu ninho
Com o carinho tresmalhado
Hoje aditado nesse doce calor.

Me aqueça do frio
Que sinto agora aqui fora
À margem do rio das lembranças
Que derramei na jornada
No recordo, a procura de ti.

Dá- me a mão sem temor
A trilha de estrelas te guia
Nesta canção de louvor
Ao amor puro... sublimado
Tesouro do meu coração.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Evasões minhas...

Em fuga da realidade crio mundos
Lindos, amorosos e perfeitos...

Com consciência da (in) verdade.

Quero- me feliz e neste sonho
Outros universos se mesclam
Àqueles que buscam a felicidade.

Minha imaginação é real
Sinto as emoções... na poesia
E vivo todas desejosas alegrias.

Evasões minhas... fantasias.

domingo, 2 de dezembro de 2012

Imagens...


Existir é meu sonho
Ser caricia ser gosto
Ser estrela brilhante
Iluminando tuas noites
Ser brisa sedutora
Beijando teu rosto
Ser raio de sol tropical
Que queima o teu corpo
Ardendo neste desejo
De existir e amar
No mundo irreal
Dos meus imagéticos
Sonhos...



sábado, 1 de dezembro de 2012

Aparecer e desaparecer...

Chega a hora!

É outono de folhas mortas
As tardes douradas agasalham
O corpo avermelhado da natureza.

O crepúsculo se aproxima devagar
Traz a noite para tudo encobrir
Neste movimento fugaz.

A doce terra murmura:

"Dê-me o seu sorriso
Venha , me abrace
És minha... agora

Teu coração vai diluir-se
No meu, nesta hora."

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Súplica...

Quero ajuda,
poderias pegar minhas mãos?

pois o nefasto se aproxima , me busca
para me esconder nas brumas
desta escuridão sombria
que toma posse de mim.

me abraça o mal da melancolia
dor profunda e aguda d´alma
que devora sem compaixão
arrastando me ao abismo , meu fim.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Tragédia humana...

A atitude de espreita
É a face mascarada do medo
Teme-se a si mesmo
Foge se da introspecção

Vive se a (o) sonhar
Como a flor da montanha
Que sonha com um
Campo florido

Mas,

O mar calmo sereno
Não convida a navegar
É a ventania que movimenta
A embarcação

Ilusão é falsa calmaria
Acomodação tédio

Mesmo asfixiada
A “verdade”
Sempre renasce... rompe
No marulhar da existência
É seu destino... ser

O temor de si mesmo
É o pior dos inimigos
Da “necessidade” que
Está condenada
Ao acontecimento

Cedo ou tarde
Ela envolvera o momento
Não é contingência
É mandatória...

Porque,

A realidade
É aquilo que devemos
Sempre pensar sem cessar
Jamais aquilo que queremos
Só acreditar...

Ser não é parecer
É existir sem disfarce
Com grande coragem viver
A tragédia humana ... nossa glória.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Da poesia...

Semeada no tempo
Carregada pelo vento
A poesia não escolhe
Formas nem contextos

Muito menos lugar...

Brota na empatia do mundo
Fática, metafísica... existencial.

Uma relação sem igual...

O poeta derrama luzes
Nas sombras da vida
Um exercício sublime
Dos escolhidos sensíveis
Anônimos e (i)mortais

A matéria passa
A poesia transcende
Perpassa...






quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Um amar...


Perco me
Na relva doce
Dos teus beijos.

O perfume do amor
É olor delicioso
Do meu (suspir)ar.

Onde levito no enlevo
Do toque dos lábios teus
Nas nuvens do meu (a) mar.




quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Névoas...


a neblina surge de repente
uma névoa densa e fria
que encobre tudo... devagar

também as sombras buscam
a alma da gente, na recusa
de acordar o sentimento amoroso
cansado e ofuscado pelos desencanto

porque o amor é o único sol
que aquece e ilumina a vida
afastando nevoeiros sombrios
inimigos de um existir verdadeiro

... só no amor se vive plenamente


terça-feira, 20 de novembro de 2012

Ruínas...


abraçada ao sonho
de viver um grande amor
de verdade

sucumbe na penúria
da ilusão
desta ingenuidade.

que mata
com requintes de loucura
toda ternura

sufocada
n´alma triste
com a vil realidade.

.


segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Recordações...

As separações acontecem
Mas, deixam vivências
Que somam e crescem...

O precioso da vida é amar
Ter muito que recordar
Triste é o esquecimento...

As lembranças vivem
Nutrem corações e almas
Tempo e lugar não existem...

domingo, 18 de novembro de 2012

Pensamentos entristecidos...

Um pensamento autêntico
tem vida curta e morre
ao se transformar em palavra.

A palavra sem vida
pode ser pedra ou flor
depende do furor ou do amor...

Pensamento elevado
dispensa a pena...

É com pena que abandona
a cabeça que o gerou
paralisado na palavra
que alimenta discursos vazios
dos decapitados...

Sina triste e desgraçada
dos pensamentos elevados,

nutrir discursos despropositados...

sábado, 17 de novembro de 2012

Alternâncias...

antes,

eu me desviava
das lágrimas do céu
chuva doce macia
que caía no crepúsculo

para não me ferir
e te entristecer

te amava demais...

agora,

o brilho do luar
cai sobre meu corpo
pela janela semiaberta
esmaga-me no leito vazio

toda noite morro assim
e padeço muito

por não amar-te mais...









sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Nossas perdas...

tantas e tantas perdas,
os portões do meu coração
cerram se na dor.

os fragmentos do luto
dilaceram meu intimo
rasgam minh´alma.

estou no deserto
ninguém escuta meus gritos
as legiões de Anjos
se foram... partiram
restou o sofrimento
( e a certeza).

era tudo mentira,
promessas vazias.

a solidão humana
(permanente)
(re)aparece neste mundo
passageiro e angustiado.

chega se só
e só se parte ,
não há como evitar
a perda de si mesmo.

o inescrutável
me carrega nos braços
para o absoluto
de onde vim e
para onde devo retornar.

oh, pedras e espinhos!
que tanto me ferem
nesta hora de agonia.

me enterrem
num sarcófago
de nuvens... e
declamem poesias
(quero encontrar a paz),

por favor!

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Sede do poeta

rompe se
da árvore
sonhadora

a folha nua
que vegeta
o poema
adormecido

sempre
a espera
de mãos
mágicas

derramando
palavras
em sulcos
de acolhimento

dos versos
oniricos
do poeta
sonolento

sedento...

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Abjeta contradição


Ao escrever
(seja coerente)
Preste atenção
No vírus da contradição

Evite a prolixidade
E a falta de clareza
Fuja correndo
Dos neologismos
Isso tudo é uma máscara
De escrita medíocre
Pretendendo parecer
Que tem algo a dizer
Quando nada tem...

Assim brotam
Textos vazios
(virulentos)
Sem conteúdo
Uma evidente
Premeditação
Da tergiversação

É insolência
(intrigante)
Tentando brilhar
Em rascunhos
Sem sentido
De autoglorificação
Outro sinal doentio
Da incompetência
(e evidência)
Malfazeja
Da abjeta contradição.



sábado, 10 de novembro de 2012

O tempo toma conta...


As densas nuvens se desfazem
Nos braços do vento amoroso
Abraçados e suspirosos observam
As montanhas e os verdes vales
Os rios derramando se nos mares.

As árvores frondosas dos bosques
Na primavera brilhante glamorosa
São as mesmas que perderam as folhas no outono
E se embruteceram no inverno num negrume
Como o bom carvão que um dia foi lume.

As afortunadas árvores são como nós
(guerreiras valentes esperançosas)
Vencem as estações e se renovam
Nas instigantes temporadas da vida.

Porque nossos instantes mais preciosos
(sementes das vivências)
Ficam entalhados no nosso âmago e
Luzem como diamantes escondidos
Guardados no tesouro da memória
Na profundidade abissal do nosso ser.

Mas,

Aquilo que foi desperdiçado
Jamais retornará para nós
(nas lembranças não há vazios)
Fica perdido no passado.

E o tempo sempre toma conta
(daquilo que fomos)
Empurrando-nos para frente.

Viver é o grande desafio
(vida contemplativa e activa)
Devotado à sabedoria e ao amor
Atos e relações elevadas
São imperativos no devir insistente.

Porvir é futuro des-programado
(sabemos disso e desejamos ser felizes)
Não há um destino nem existe um fado

Enquanto há vida sempre haverá esperança.

E as densas nuvens se desfazem
Nos braços do vento (tempo) amoroso...



quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Fascinações perigosas...


tem dias que nos desconhecemos
nos tornamos estranhos e adversários
de nós mesmos. a mente e o cérebro
se desconectam... o processo corporal
das realidades corporais e mentais
sofre uma pane,tornamo-nos (auto)destrutivos.

nestes dias nos sentimos fascinados
pela melancolia ou pelo ódio
inimigos mortais da nossa humanidade.

o ódio tudo destrói menos a si mesmo.
sabemos dessa terrível verdade
pelos destroços que ficam à nossa passagem.

não pior é o fascínio da melancolia.
apaga toda a alegria, a nossa luz
e nos joga na escuridão.imediatamente,
a covardia aberrante sorri debochada
por nos ter vencido(estraçalhado).

o mel da vida cessa de jorrar
o amargo do fel tudo invade
a náusea impregna nosso ser
no seu abraço venenoso e mortal.

devemos reagir à destruição
suicida ou homicida que nos habita.
o antídoto para tudo isso é o hábito saudável,
as virtudes que são aquisições na negociação
do estado do ‘bem-estar’ da nossa alma e corpo.

um antídoto ao veneno
das convicções exacerbadas
(nossas infindas verdades)
fontes que nutrem
tais fascínios fatais
pode vir a ser, sendo:

o respeito, a generosidade
também a compaixão e o perdão,
o bem em nós aparecendo.

estes amalgamados aos afetos em geral
(tornando-se habituais)
surgem como heróis que nos salvam
dos excessos de nós mesmos,
domesticando a selvageria
que fez a morada no âmago
do nosso inescrutável ser.

somos descendentes de adão,
cains e abéis vivem em nós.

mas, somos também

projetos divinos(ou acasos) viáveis
sem (qualquer) exceção...




terça-feira, 6 de novembro de 2012

O Banquete ...


No banquete de convivas calorosos
Brindava-se Eros, belo deus do amor.
No embate heleno dos corajosos,
Dionisio ofertava vinho...e ardor.

O discurso recomeça acirrado
Há Eros baixo e Eros elevado,
Há o que ama e o que é amado.
Diotima conduz o sábio condenado.

Neste Amor recebe-se sem procurar,
Ama-se sem perguntar quem deve doar.
É chama que abrasa sem nunca cessar.

É paixão plena, atração dos contrários.
Força una dos sentimentos arbitrários,
Banquete gula no convite a amar.







sábado, 3 de novembro de 2012

‘Ser’ de(ma)lícia da eternidade ...


Na misteriosa trama do devir
A bandeira da liberdade deve ondear,
Porque ser plural e indeterminado
É um imperativo do ‘ser’ (em) geral.

Evento primordial, aparecer e desaparecer.
Intervalo temporal do buscar encontrar
Todas fruições... possíveis do acontecer,
Prêmio aos ‘sensíveis’ que vivem a amar.

Um buscar incessante pela felicidade
Na persistência da insistência (do)ideal
Que movimenta vontades desejosas
De transformar a angústia (do)real.

Sempre dói muito, demasiadamente
Este marulhar do mar da verdade,
Sussurrando em suaves ondas, maliciosamente
“a cada um a sua fatalidade... “

Quão maravilhosa será a eternidade?


quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Das emoções...


a poesia diz o encantamento
do instante passageiro que mergulha
no mar profundo da imaginação

é um movimento do pensamento
que criativo sorri e se rende
para a dança sensual da inspiração

poesia é magia que pulsiona emoções

domingo, 28 de outubro de 2012

Sexto sentido...



Espreito pela fresta da janela
o dia amanheceu chorando
assim como eu... só lágrimas
mas, sei que a vida é bela.

O ‘gosto’ da chuva mansa
traz me a náusea... do fel
e as minhas lágrimas fluentes
afo(a)gam meus lábios... de mel.

Não entendo este sentir
donde vem esta emoção?
devia estar é sorrindo
ainda pulsa meu coração.

Este complô do universo
com setimentos mesclados
um aziago sinal do porvir
sintoma de ‘olhar’ agourado.

Quem vai deixar de existir?

Serei eu?
Serás tu?
Será o amor?



sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Lamento...


Quanta dor
interrompida
no peito
que sufoca
ainda...

Lembranças
apagadas
retorcidas
do amor
ausente...

Sem presença
nada permanece
tudo desvanece
numa prece
repetida...

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Desejos (sur)reais...


Tudo deveria ser,

como a brancura do jasmim
belo e perfumado
um acúmen sem fim.

Tudo deveria ser,

como uma noite de luar
linda e fascinante
um instigante deleitar.

Tudo deveria ser,

como o marulhar do mar
ameigando os rochedos
sem desejos de manar.

Tudo deveria ser,

como as promessas da vida
sem frustrações sobejas
de obsessões nocivas.

Tudo deveria ser,

como a doce esperança
um futuro de abastança
sem matanças consentidas.

Tudo deveria ser,

como um escopo celestial
O homem afortunado amando
sem aniquilar seu igual.

Tudo deveria ser...


quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Sombra … a glória do poeta.


ó sombra que tanto brilha !

nasceste do ultraje e
da indigna injustiça.

brotaste do massacre
da honestidade e da virtude

que a inveja impôs...

a glória surge do destino
que tanto persegue... em vida
e só após a morte a liberta

do esquecimento...

'esta' é como a sombra
ora precede, ora segue os corpos
e maior se torna
quando tardiamente se mostra

porque imortaliza...

só a posteridade
tem o espirito sereno
sem invejas e antipatias
(dos contemporâneos)

sabendo despertar todos os silêncios.






quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Singular e pessoal


Vivo a passear
Por mares, terras e ar
Buscando as coisas belas
Que a vida pode doar...

Vivo a passear
Por sonhos, desejos ao luar
Buscando nas abstrações
Todo meu imaginar...

Vivo a passear
Por alamedas do tempo
Buscando as doces lembranças
Que me afagam por dentro...

Vivo a passear
Por pontes da (in)consciência
Buscando a alma infinda
Que não quer se libertar...

Porque,

Sem estrutura foge a alma
O lume principal da arte
Que me leva a deambular...

A vida não é comédia
É drama chamado existência
Inicio, meio e final...

(... roteiro singular e pessoal)


terça-feira, 16 de outubro de 2012

A fuga d´almas... calmas


Tanta (des)razão,

deflagrando e lançando
pensamentos vagabundos
infectados... sem nexo

Chuva ou sol
frio ou calor
tempestades
amenidades

tanto faz...

Prazer na azucrinação
muito amor e sexo
ou só masturbação
do intelecto...

tanto faz...

Procriação de palavras
besteirol (in) consequente
infiltrados na chama
que arde na cama
de mentes e dos versos
perversos...

Tedioso inferno,

passatempo
entretenimento
contratempo
abortados dos
pensamentos...

Lesos desconexos
patéticos sem imaginação
parindo monstros
logos... feito quimeras
carvão pré-cinzas
sem lume ou inspiração...

Pensamentos vagabundos
dores mascaradas
(textos pretextos)
fluem adoidados e
chicoteiam as pobres almas
parindo aberturas pelos vãos

[estas fogem... aliviadas e calmas]

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

[retórica...]


ó exórdio
não comece
com desrespeito
ira ou ódio
a introdução...

narre e
argumente
com eficiência
justiça beleza
e ponderação...

prove
toda motivação
sem leviandade
sustente com firmeza
tua argumentação...

ó peroração
finalize
com paixão
e sublime competência
toda persuasão...

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Amor fati... amor à vida


Uma vida de verdade
É o somatório dos momentos
Que se percorre no infinito tempo
Na busca da felicidade...

Mesclam-se as sensações
Sentimentos e pensamentos
Os desejos desejados
Na autenticação da realidade...

Luta-se para vencer sofrimentos
(fazem parte desta experiência)
No decorrer deste tempo
Que nos doa existência...

Vida é milagre inexplicável
É a esperança imperativa
É pergunta sem resposta
É melodia que comove
É paixão sentida (esquecida)
É a busca do ainda-não
É toda superação...

É sentir e querer as emoções
Que em linguagens expressivas
Vencem todo tempo (nosso) agradecidas
Deste viver-existir sublime dádiva
Da magnificência desconhecida...

Divindade? Acaso? Criador? Universo?

Não importa a resposta
Vida é tudo que somos
Simplesmente...







sábado, 6 de outubro de 2012

[coração... ]



precisa esconder-se
(às vezes )
de si mesmo...

e,

esconderijo bom
é aquele esquecido

esquece se que
se está escondido

quase sempre
dentro do outro
coração...








quarta-feira, 3 de outubro de 2012

O Ser criativo...


Quanto mais
Paixão e
Arrebatamento
Mais ‘sentido’ é
O momento...

Quanto mais
Tristeza e dor
Mais intensa
E ‘sentida’ é
A emoção...

Lembranças
Angústias
Paixão ardente
Não se explica
Se ‘sente’...

Porque,

Isso tudo
Atinge o âmago
Bem (pro)fundo
Torna o poeta
Forjador de mundos

[o Ser lirico...criativo]

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Amnésia consentida...


Nem lembro quando
Parei de acreditar

Talvez,

No dia que decifrei
O código do cintilar
Das estrelas trêmulas
Nos braços da noite

As ondas do mar
Cantaram a despedida
Da verdade perdida
Na luz da aurora inocente
Que paria o dia chuvoso

A verdade deveria ser
Terra firme onde
Os pés pisam seguros
Buscando um rumo
O caminho do arco-iris

Mas,

As cores não existem
São refrações da luz
Nas lágrimas do dia
Que torna o terreno
Vacilante... areia movediça

E,na lama sombria
Da inverdade descabida
Que abarca tudo
Enterrei minhas ilusões

Passei a pensar
Palavras e metáforas
Simplesmente...

Pensar é um desabitar-se
Um esquecer de si
Libertar se...

Ruas de tempo...


Existem dias
Que são como ruas
Desconhecidas

Rumam sem tino
Ou destino qualquer

Um oásis de estrelas
Um mar de ternura
Um abraço sem fim

É muito gratificante
Trilhar... tantos dias

A vida é assim
Ruas cruzadas
Encruzilhadas

Sensações
Sentimentos
Ideias...

Fatos são contingências
Passam e desvanecem

Os baques e os descaminhos
Acontecem nas ruas e
Nos becos sem saída

Mas,

A caminhada continua
E os dias vivem
Ruas de tempo...

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Um amor imortal... ‘prometido’.

Como Prometeu acorrentado tenho me sentido.
Ele foi castigado por Zeus por amar os homens
E por amor, o fogo furtou e o doou à humanidade.

Semeou o conhecimento que permitiu ao homem
Superar todos os outros animais da terra.
Mas, a superioridade era só para deuses...

O deus nunca o perdoou.
E aprisionado o titã ficou no rochedo,
Com a águia devorando-o e torturando
Até o poderoso Hércules libertá-lo.

Acorrentada me sinto (também)
Meu rochedo é a realidade.
Roubei um amor impossível,
O coração quando ama não reflete
Insiste na emoção... sua felicidade.

Por isso sou cruelmente castigada.
Este amor não deveria ter acontecido,
Minh´alma vive torturada pela ausência
Deste afeto verdadeiro... mas, proibido.

Entretanto,
sem arrependimentos
como Prometeu eu prossigo.
E nessa torrente do viver
Acabo amando minhas correntes
E o meu próprio castigo...

Hércules algum me salvaria,
Deste amor imortal... ‘prometido’.







sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Os castelos de pensamentos (e as cabeças)

Meus castelos de pensamentos
Nas areias movediças afundam
Sem eira nem beira... invisíveis.

A vida não é constituída de castelos
Estes tolos ‘sem eira nem beira’
Construídos para o baile de máscaras
(de reis, rainhas... e súditos)
Do universo das ideias, belas fantasias...

Vida é a realidade (o cotidiano)
O tapa na cara da fome e da miséria
O beijo em todas as bocas sedentas
Que sangram feridas pela injustiça
E gritam para acordar os insensíveis
Aos lamentos distantes... ou próximos.

Choram (também) as crianças
Órfãos do amor e da compaixão
Daqueles grandes e poderosos
Que podiam evitar a destruição
Dos corpos e das almas que se perdem
Nos braços da morte nas guerras incentivadas
Pela soberba e arrogância do lucro macabro...

E, por fim, depositam a cabeça da esperança
Na guilhotina da desumanização da vida...

Voltam os insistentes ‘sem eira nem beira’ :

Que será que Maria Antonieta pensou ao ser decapitada?
“Isto é um pesadelo, sou poderosa, não está acontecendo”
Sua cabeça ( castelos) tombou cheia de pensamentos ...

Quando irão cair as cabeças (os castelos) dos grandes de hoje?
Quem fará a nova revolução (à francesa)?
Já aconteceu? O consequente (pós) terror se mostra
De todas as maneiras... e a pior é a ‘silenciosa’ disfarçada.

A vala para almas é atemporal e infinda...








quarta-feira, 19 de setembro de 2012

A melodia da escrita

É no som da solidão
Que ouço a canção
(da pura essência)
Que me liberta dos
Condicionamentos
Daquela aparência
Que me veste tão mal.

Esta música vence
Os espectros aleijados
Das linguagens enganosas
Desviadas de vivências
Discursos falsos e vazios
Desprovidos de potência
São abissais e nada dizem.

Nesta solidão nascem as palavras
Do som das minhas sensações
(experiências fidedignas)
Melodia legitima
Da minha autenticidade.

E,

É na primeira página
Que deve surgir o cheiro e o gosto
Das páginas seguintes.
Sagrando o estimulo saboroso
Jamais o tédio nauseante
Que obriga a desistir
Da magia da escrita

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Poderíamos...

Poderíamos caminhar de mãos dadas
Poderíamos nos extasiar com o arrebol do crepúsculo
Poderíamos nos amar perdidamente
Poderíamos ser as almas gêmeas
(por pequenos momentos)
Como os poetas cantam...

Mas, ‘poder’ não significa ‘dever’
Algo que possa vir a acontecer...

Sou terrivelmente melancólica e triste
É assim que sempre me entendi
Não sacrificaria ninguém para ser feliz
(por pequenos momentos)
A não ser eu mesma... preço que posso pagar.

E,

A vida nunca se mostra inteiramente
Só avisa que tem dois lados
O da vitória e o da derrota... no silêncio.

Até esta vida acabar não se sabe o resultado
Nem se esta vida é realidade ou ilusão
(ela é sempre um enigma)
Da razão ou da emoção.

Poderíamos estar só sonhando
Poderíamos estar só imaginando
Poderíamos ser até insanos
(e simplesmente)
Esquecemos que enlouquecemos

... tudo é uma possibilidade, não?

domingo, 16 de setembro de 2012

Dia de borboleta...

Tem dias que amo a vida
e outros que a detesto muito,
coisas de angústia existencial...

Tem dias que desejo ser uma borboleta
com cores vivas, sinal de vitória
voando sem direção ou lugar.

Meus pensamentos
(imaginação criativa)
querem viver metamorfoses
como as belas borboletas.

Aqueles momentos esperançosos
que acreditam em ‘liberdade e poder’
depois de ficarem aprisionados
no casulo escuro das ideias
(idealizando utopias).

Esperam as rupturas e as transformações
como as lagartas famintas e esperançosas
das asas que proporcionarão voos
para todo lugar sem qualquer direção.

Com o intenso desejo de existir
(vontade de sobreviver)
e de se realizar... antes do fim.



quarta-feira, 12 de setembro de 2012

[a saudade]

no silêncio ouvi
era o dedilhar de um piano
aquela música era linda
eu a sentia tanto que doía
então, comecei a chorar...

o sentimento forte demais
sem poder se mostrar
maltratou-me...eu sangrava
parecia uma profanação

amava aquela música
mas, algo nela tocava fundo
todo meu amargurado ser
e estava partindo meu coração

será que alguém mais a ouviu?





A mais bela canção...

O coração bate devagar
Como um sino a badalar
É sinfonia de poesia
Que se doa sem nada cobrar
À sensibilidade do poeta
Que ama o seu poetar

Sua escrita é sem obrigações
Seu poder é sua imaginação
Sua determinação é sua criação
A poesia é sua mais bela canção
Sua eterna inspiração que
Faz pulsar seu bravo coração...


[a imaginação anda como um anjo pelo céu]


amo a quietude e o silêncio
como se fosse o curso do sangue pelo corpo
amo aquela descomunal solidão
que deixa rastos de palavras
amo as altitudes,
(a imaginação anda como anjo pelo céu)
as montanhas me fazem bem
sugam a cor do dia e distribuem pelo vale
liberto, então, as palavras
que sangram dia a dia
aquelas bem prenhes fortes
como se a terra as tivesse engolido
que trazem as tempestades
parecendo iniciar uma jornada


eu as grito e as jogo ao vento... acorrentado à pele


palavras com sentimentos
dissolvidas em uma colher de aço
(forjadoras de renascimentos)

(re)gelando e (re)matando
com um sorriso de sabedoria...


Vania Lopez & Alice luconi

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Palavras vadias...


As palavras não importam
não são protagonistas.

São figurantes secundárias
nem libertam os sonhos,
(embora desejem)
aprisionados na realidade
nua e crua do cotidiano.

Importa a linguagem
devastadora do sentir
que sustenta a inspiração.

É êxtase e é veneno d´alma
nutrindo-a com promessas,
(que jamais se cumprirão).
Das bocas e corpos desejosos
dos beijos e caricias perdidas
no labirinto da imaginação.

Como recordações fugidias
ou esperanças sem sanções...



sábado, 1 de setembro de 2012

A magia da poesia

Poesia é arte
Brilha como um sol
Transluz a imaginação
Numa linguagem
Estética... do sublime

A obra desta arte
Bela e única
É o poema

A poesia é o sentimento
Transcende ao fático
É metafísica... possibilidade

O poema é a expressão
Em palavras desse ‘milagre’

E o poeta?

É o artista
Um guerreiro
Que luta dia a dia
Com as palavras
que expressem
sua poesia
no verbo eloquente

mas,

as palavras
não se entregam
facilmente
o bardo, então
se engalfinha
ferve sua verve
treme na base
por fim vence

é persistente
e como um mago
encanta as palavras
na magia dos versos
das suas sublimes frases

é sempre assim...


quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Suspensa no(en)canto dos luzeiros


Os luzeiros de Vênus
deusa do amor piscavam
enamorados das estrelas
a lua nova cúmplice espiava
as luminosidades que me traziam
teu toque de calor distante.

Dizes que amas as palavras
e beijas o perfume do vento,
que aspiras nos suspiros
dos cabelos molhados do céu
em pranto... com o raiar do dia.

E, esta chuva torrencial
é a paixão desmedida que lava
do coração todo desencanto.

E os luzeiros de Vênus
abraçados às estrelas trazem
para mim o reflexo do teu canto
na velocidade amorosa da luz
que embala minh´alma na poesia
nascida deste teu sonante encanto.





segunda-feira, 27 de agosto de 2012

[a momentaneidade da poesia]


Busco e preciso, às vezes,
de me sentir inteira
um ser único... singular.
Uma contingência,
um ser preci(o)so intuitivo
potência criativa a-moral.

Deixar de ser ‘gente’, um geral
coisa pública sem privacidade.
Aquele ‘algo humano’ necessário
cultural e moral... um ‘real’
imperativo amontoado de ninguéns.

Por sorte, às vezes, irrompe em mim
aqueles momentos privados
onde sou ainda eu própria.
E naqueles instantes do querer,
não permito que me roubem
a decisão da minha possibilidade.

É só minha esta responsabilidade
e deste desejar brota toda a poesia.



domingo, 26 de agosto de 2012

Um domingo...


Na tarde do domingo aconchegante
o mais solitário dos dias da semana
o descanso não se confirmou
um tempo mau passou e desembestou
em presságios de tempestades.

Houve alvoroços na alvorada
um bando de passaradas assustadas
sufocadas esfomeadas cruzaram a fronteira
entre a lógica da cegueira da humanidade
e os conformes das autoridades
que queimavam o ouro negro
poluindo o ambiente e o oriente.

A natureza acuada espantada
estragou o domingo do descanso.

Entre chuvas e trovoadas do inverno
nevascas,terremotos e tsunamis
gentes dimanando em disparada
(entre fogos, frio e indiferença)
para o céu ou para o inferno.

Não surgiu o sossego do domingo
que se soube no mito da queda
onde o homem é prova e provado
um resíduo de existência criada
que ‘passa’ sem prover o acordado.

O descanso não se confirmou,
de um domingo de tranquilidade
sem velórios e sem tempestades.





sexta-feira, 24 de agosto de 2012

As flores azuis do linho


Gostaria de cantar o amor
e as nuvens onde repousamos
nossos corações amantes
inquietos felizes e extasiados
cobertos com a as flores do linho
azuis suaves e diáfanas como
as asas das libélulas que voam
para longe do vazio da escuridão
despojada da divina luz dos afetos.

Mas, quando me perdi de nós
No desencontro dos destinos
as nuvens partiram com a vento
soprado pelas confusas palavras
e o céu ficou luzidio e cristalino
como as águas transparentes da fonte
da felicidade que encontramos(antes)
no paraíso dos nossos sonhos.

Lembrei de todos fantásticos sonhos
aqueles sonhos que deixamos lá atrás
eram muito jovens e nos fugiam
nós já não tão jovens como eles
corríamos como as ondas sonoras
das melodias das nossas canções
tentando segurá-los.

Finalmente,
consegui alcançar um destes sonhos.

Aquele meigo que agarrava as nuvens
e as moldava com carinho
para receber corações ora entristecidos
pois nelas eles podiam repousar
à espera que o Amor volvesse.





quinta-feira, 23 de agosto de 2012

A viagem ...


Quando viajei para o paraíso dos sonhos
Encontrei muita gente ensaiando
Os sonhos que queriam sonhar

Lá era um belo lugar
Os sonhos desconhecidos
Imploravam para serem sonhados
Os sonhos sombrios ou bobos
Eram velhos conhecidos meus

Os sonhos se ofereciam para trocas
Um sonho de amor por um de chorar

Os sonhos quebrados se colavam
Num grande e belo mosaico
Lindos eram os sonhos chuvosos
Matavam a sede dos sonados

Mas, o que mais me emocionou
Foram os lamentos tristonhos
Dos sonhos esquecidos...





segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Das horas... do lembrar


Lembro o meu nascer
Para o viver e o pensar
Dói demais...

Nascer é alegria dolorida
Assim como as lágrimas
Que a felicidade traz.

Lembro o nascer das escolhas
Dos acertos e dos erros
Dos sorrisos e dos lamentos

Que se oferecem ao lembrar.

Lembro o nascer d´amor
Das mil maneiras d´ele se mostrar
Para a vida tão desejosa

De emoções... o precioso amar.

Lembro todas as horas
Que o relógio do existir marca
Neste constante rememorar.

Pulsando enlevos e torturas
Desde meu nascer até o agora
Na (in)certeza do finalizar.

Aquele instante intenso
Que deixarei para sempre
De sentir... o lembrar.



quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Um sonho - o amor e as duas faces.



Sonhei um sonho lindo
era o sonho da realidade.

O amor forjando meios
para existir...aqui e ali
ontem, agora e amanhã.

Aprendeu o amor a nutrir
as almas e não só os corpos
sem sons... sem aromas
só asas a planar(n)os sentidos.

Evoluiu para não morrer
como só ele sabe fazer
entrou na máquina (do tempo?)
(sobre)viveu viajou... virtual.

Metafisico(a) e transcendente
se recriou e se espalhou
para consolar corações
no universo global... novo.

voejava livre para todos
mundos e realidades
e principalmente
para si mesmo
estava a morrer
coisificado...

No meu sonho
tinha eu duas faces
uma virada para trás
cuidando do passado
outra virada para frente
garantindo o futuro.

Lembranças e esperanças...

O ‘olhar’ das duas era circular
(um sonho fantástico)
se chocavam no ‘presente’
que o destino me presenteava
com um sorriso enigmático.

“ Decifre isso tudo!”
as faces gritavam
com os lábios unidos
nos lábios do sonho
que agora era vento.

O amor sussurrava baixinho
(no momento era o tempo)
como soprando uma resposta:

“é prosa ou é poesia?”

Era só um ‘fantástico’ sonho.










domingo, 12 de agosto de 2012

O fantasma de uma ópera


como dizer algo sem ser um 'ser real'
reflexo daquela eterna busca do gral.

o olhar semicerrado de emoção
fazendo delirar os dedos em versos
que não ouves porque és inverso
para os sons do teclado distante
em enigmáticos voos de instantes.

e solfejar a música das musas
nas notas do vento que ejacula
as palavras magas sussurrantes
de tempestades doridas ‘sentidas’
evocadas pelo colossal tempo.

por isso não consegue falar...

terás que entender todas linguagens
se quiseres participar desse sonho
esta magia da imaginação abissal
que (des)povoa toda realidade
colocando em xeque a sanidade.

o poeta é um ‘ser outro’
forjador de cenas e cenários
fantasma de uma ópera
intitulada “fantasia”.

ou será “utopia?”
vida por vir...







sexta-feira, 10 de agosto de 2012

A vida não é um ensaio, só se vive uma vez.



a Terra em relação ao universo
é um minúsculo ponto
em ‘ movimento’ ...

em relação à imensidão do tempo
uma vida é um instante que passa
sendo logo esquecido.

por que tantos conflitos,
insatisfações, guerras e quimeras?

a vida passa rápida
a morte é igual para todos
todos equalizados... humanos.

tudo é nada quando finaliza
qual o valor deste nada?
não existe... é ‘inventado’.

a vida seria melhor aproveitada
se o estado primevo e natural do homem
fosse ‘domesticado’(de vez) pelo coletivo.

onde o homem deixasse de ser o ‘lobo do homem’
e conseguisse refletir sobre estas questões.

a vida acaba e o ’homo corpo‘ passa
resta um corpo social... vestígios deste homem.

e,

ninguém que existiu usufrui este ‘social’.

aquilo que ele mesmo construiu
resta como legado para os ‘novos seres’
que giram neste eterno movimento circular.

por que não se entender
que a vida não é um ensaio?
é uma viagem curta...cena única.

só se vive uma vez...






terça-feira, 7 de agosto de 2012

Um instante... um beijo


A vida me fugia
Era um novo encontro
Com o anjo negro

Eu não podia respirar
Mas ainda... ouvia
Aquele rufar de asas
E sentia o sufocar
Daquele abraço apertado

Escutava o sussurrar
Que eu bem conhecia

És minha! És minha!

Lutando muito
Abri meus olhos e
Olhei aquela ‘figura’

Percebi que estava nas alturas
Voando em direção
Às sombras da eternidade

A Luz abaixo sumia...

Desejando viver
Venci o temor e o asco
Levantei os braços
Abracei e beijei
Apaixonadamente
A Morte... o anjo negro

Este surpreso para retribuir
Afrouxou o abraço mortal e
Suspirando me soltou

Mergulhei na direção da Luz
Onde a Vida me resgatou

Aquele ‘anjo’ ficou sorrindo
E de longe me acenou
Gritando bem alto

Serás minha! Serás minha!

Respondeu-lhe meu coração:
Um dia, com certeza!

Hoje não...


domingo, 5 de agosto de 2012

(En) cantos julgados... admiráveis


Devagar aparecem saudosos
Nostálgicos do pretérito distante
Onde admiravam se acariciados
Pela s vaidades mútuas vibrantes

Sem acolher as novas nascentes
Nutrientes do novo mundo alterado
Que um dia foi inteiramente espoliado
Pelo abissal império rematado

A lei universal é maré civilizatória
Que devolve aos reais donatários
O grande paraíso outrora admirável
Hoje diferente contaminado

E o acoimo aos amplos senhores
É fazê-los sentirem na carne
O efeito do próprio veneno
Que ferozes disseminaram

Para saldarem seus pecados
As memórias são esquecidas
E os condenados são vitimas
Sofrendo pelas próprias desditas

Assim correm as águas do rio de heráclito
Nunca se banham nas mesmas águas
Os filhos lamentam todas as dívidas
Legado dos cevados pais insaciáveis

Sempre saudosos do magnífico passado
Consolam-se abraçados ‘ inocentes culpados’
Mas a vaidade ainda alimenta a pequena aliança
Que preconceituosa reproduz (en)‘cantos julgados’




quarta-feira, 1 de agosto de 2012

A extinção...


O amor desesperado só voejava
Planava acima dos corações
Buscando um lugar para pousar

Os céus estavam escurecidos
Com as nuvens insatisfeitas
Pesadas de afetos perdidos
Que em prantos suplicavam
Um olhar ‘vivo’ para o alto

Precisavam (re)tornar
Ao solo que ardia na seca
Que embotava os sentimentos
Dos seres indiferentes que
Alienados pelo consumismo
Ilusão do prazer trocado
Em utensílios se transformavam

Para o amor não havia mais lugar...



sexta-feira, 27 de julho de 2012

O pó dos moinhos...


escuto dos lábios sedosos da saudade
que o tempo não existe na intuição
por isso esta me carrega nos braços
ao mergulhar no meu mar interior
onde correm as torrentes de emoções

lá outro mundo acontece... é devir
num fluir continuado sem tempo neste ali
onde o mistério dos sentires é desvelado
se mostrando nesta mágica ‘duração’
de tempo sem medida... e paralisado

visito o passado nas lembranças
e sinto tudo novamente... o atrás
atraído para frente num redemoinho
é o ‘agora’ modificado e impelido
à superfície pela doce profundidade

é na superfície que os moinhos
da razão moem o tempo e o espaço
que ‘in profundis’ são pó cósmico
território transcendente da intuição
morada dos invisíveis... como a saudade

esta que suaviza as ausências
sossegando o pulsar dos corações
ou liberdade que incentiva o viver
esse tudo que invisível potencializa
o Ser, no milagre de existir... acontecer




quarta-feira, 25 de julho de 2012

[sentindo o nada ]


tinha (pre)sentido
o sem sentido do ‘nada’
nada que só existe
no pensamento
pura abstração

porque na realidade
o nada seria algo que não existe
a negação de algo significa nada
e se algo não existe não tem sentido
nem significado dizer este ‘existe’
um algo sem existência... é nada

crio o ‘nada’
uma imagem
objeto do pensamento
que traz o vazio
de algo... sem existir
e me machuca tanto

eu sinto esta dor
no fundo da minh´alma
ela existe...



domingo, 22 de julho de 2012

[os gritos do silêncio]


muitas vezes
é o silêncio
o grito mais alto
da nossa vida

quando nada se diz
este silêncio grita : sim!
à pergunta sem resposta
daqueles que amamos

ou é um grito de revolta
sem ruído... mudo
aceitando o inaceitável
daqueles que deixamos de amar
mas não podemos partir
eles precisam de nós

estes gritos crispados
do absurdo silêncio
como um sacro segredo
só a própria alma escuta
e silenciosamente esvanece

gerando todos os medos...




quarta-feira, 18 de julho de 2012

Poesia e versos... as primeiras alegrias


o belo da poesia é o imprevisto
paralisa a brisa

é na execução que nasce a beleza
tão veloz e selvagem quanto o vento

procura se a palavra certa
solta a rede ao mar

o poeta sabe... é sua natureza
vive com isso todos os dias

encontra a verdade e a harmonia
pelos olhos da mais bela palavra

no seu íntimo e na sua intuição
escutar a sua voz e não mais a minha

deste encontro nascem os versos
como quem estreita os laços de suas primeiras alegrias.



Alice & Vânia Lopez


terça-feira, 17 de julho de 2012

[universo]


Não existe nada melhor
que amar e ser amada

o amor traz tudo
e, muitas vezes se evade
se esquiva... para renascer
na névoa forte da imaginação

por isso preciso te amar
te encontrei sem te buscar
este é teu universo
e gosto de nele existir

só o perderei o dia que deixar de sonhar

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Serão deuses os poetas?


Por que pensas tanto?

Cada pensamento é
folha amarelecida
que se desprende
mansamente
da árvore mental
no outono da vida.

Cai na terra
dos sonhos
não realizados
e mesmo assim
são imensamente
felizes.

Os sonhos
são potências
adormecidas
eternizadas.

Lembras dos deuses?

Ainda vivem
no ser primevo
sem racionalidade
que existe em nós.

Serão os poetas
estes deuses
que amanham
os sonhos?



quarta-feira, 11 de julho de 2012

Aprendi a voar...


No alto da minha colina
Olho o vale e as outras montanhas
Gosto de alturas, ar puro natureza

Precisaria de asas para visitar
Todos os cimos das montanhas
‘Aspirando’ beleza e pureza

Abaixo de mim há coisas mil
E admiro um jardim de lindas rosas
Brancas, amarelas e vermelhas

Aquelas que tremem ansiosas
Esperando as gotas de orvalho da noite
Invejo estas rosas... viçosas

Sinto que amo muito a vida
Não porque quero viver
Mas porque quero amar

A vida é que ensina a amar...

Continuo no alto
Onde gosto de estar sozinha
Amo o silêncio... contemplação

Depois que aprendi a ‘caminhar’
Subi as montanhas fora de mim
Elevei me neste movimento

Depois que aprendi a escrever
Subi montanhas dentro de mim
Tornei me tão leve como um sorriso

Aprendi a voar...


terça-feira, 10 de julho de 2012

metamorfose... evolução


de tudo que se diz
de uma coisa não se foge
diz se da vida
em que se é aprendiz

não engane a si próprio
achando que engana
outros noite e dia
mestre em metamorfose

as borboletas logo morrem
preço pago pela beleza
fuga da escuridão para a luz

o ser vivo animal
é movimento desdobramento
vive muitas fases... fugazes
sós ou em coletividade

só o homem estrese
tenta o efeito do camaleão
leão com pele de cordeiro
e outras coisas mais...

mas ,

uma águia pode pisar
o solo feito galinha
esta nunca voará aos céus
não será águia jamais

os homens têm este poder
se bem refletirem

a estupidez é o outro nome
da simples irreflexão

suas metamorfoses
esta imensa capacidade
deve ser para melhorar
a si e à sua sociedade

sendo sempre neófitos
da própria evolução
forjadores da ‘humanidade’

isso vale à qualquer
‘ dimensão ’ humana

tu o sabes... não?


sábado, 7 de julho de 2012

Acorda poesia... proclama teu encanto!


Poesia mostra a tua cara!
Seja ardente, temente ou irreverente
Critica, melancólica ou atrevida

Fala do sol, da terra, do mar
Do céu, do paraíso ou inferno
Do amor, do silêncio ou rancor

Das revoluções do homem
Das técnicas, das artes
De Deus, do artista ou do diabo

Canta a natureza e o arrebol
Fala das flores, das borboletas,
Dos olores, das brumas e da noite

Das musas, dos faunos, dos prados
Das montanhas, dos rios, dos animais,
Das chuvas, dos peixes ou anzóis

Fala de homero, safo ou sófocles
De terêncio , virgilio ou dante
De camões , shakespeare ou goethe

De byron, heine ou rimbaud
De dylan , neruda ou auden
De florbela, vinicius ou drummond

Fala de tudo e de todos
És o laboratório e a experiência
És tese, hipótese e o resultado

Nunca cesses teu canto

Revoluciona a insensatez humana
Seja insurgente, bela e sábia
Mostra a todos tua criatividade

Arrasa à vil realidade
Utopia é também possibilidade
É poder... é probabilidade

Imaginação, sonho e futuro
Devir, diversidade e espanto
És poesia... história e memória

A profetisa que libera a essência
Do âmago... do agente e vivente
Os ‘eus’ forjadores da humanidade

Acorda... mostra a tua cara!
Proclama o teu encanto!




quarta-feira, 4 de julho de 2012

O castigo...


Como Prometeu acorrentado
Tenho me sentido
Ele foi castigado por Zeus
Por amar os homens

Por amor, o fogo furtou
E o doou à humanidade

Semeou o conhecimento
O deus nunca o perdoou

Acorrentado ficou no rochedo
Com a águia devorando-o
Torturando-o...

Acorrentada me sinto
Meu rochedo é a realidade

Roubei um amor impossível
O coração não reflete
Vive e deseja mais e mais

Também sou castigada
Não deveria ter acontecido
Sou torturada ...

Devora a minh´alma
A ausência deste amor

Mas, sem arrependimentos
Como Prometeu eu prossigo

E nessa torrente da vida
Amo minhas correntes
E o meu próprio castigo...



domingo, 1 de julho de 2012

Viagem no tempo?


Me convidas para viajar
No tempo tipo Proust?

Não, não posso, seria sofrer demais

Minhas lembranças amarelecidas
Zombariam da minha desdita

Tantos sonhos que tornaram-se
Pesadelos ou enormes vazios
Silêncios... e nada mais

E o futuro?

Por que me agradaria
Encarar a ceifeira face a face?

Gosto de estar aqui contigo
Neste belo presente
Que é o tempo real

Sabias que o passado e o futuro
São duas forças opostas
Originadas no infinito
Que convergem e se chocam?

O choque é o presente
Único tempo que existe realmente
Porque é um momento

Um momento permanente

Nós vivemos neste momento
Sem o presente ‘momento’
Não existiríamos

Quando ele passa passamos nós

Esquece esta viagem...







sexta-feira, 29 de junho de 2012

Morre-se de amor?


pergunta o reflexo do espelho
que cansado ouve o tempo
sussurrando baixinho
travestido de momento

o vento que por ali passava
poeta romântico da natureza
responde compassivo

morre-se de amor
se o amor nunca morre
e é consumido pela dor
d´amor não correspondido
interrompido... na imaginação

morre-se de amor na fantasia
romeu e julieta ou o jovem werther
goethe e shakespeare vivem
é poesia sublime que oferecem

de amor não se morre não
amor é fascinação é vida
é coração em festa é ventura
jamais uma perdição

o que morre... diz a brisa

é o amor superado que
desiste do ser amado
fica a torturar em vão
su´alma entristecida
delírio ermo da solidão





domingo, 24 de junho de 2012

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Lume do existir


Ali e outrora
Visitam o
Aqui e agora

Pensamentos instantes
Viajantes no tempo
Da memória

Então,

Passado é presente
Eterno retorno
Momento...

Futuro é imaginação
Um precioso ‘presente’
Escondido no tempo e
No espaço... infinitos

Oh! Eterno pensamento
Viajante incessante
Energia vital a fluir

Luz na escuridão
Dna de uma espécie
Lume do existir...






terça-feira, 19 de junho de 2012

[é madrugada...]


acordada sinto o progresso das horas
o tempo se esvai rasgando as trevas

observo o quarto cinzento
que começa a mostrar os objetos
como se o véu negro que os envolvia
fosse retirado bem devagar
revelando os segredos do dia que se acende

os raios alaranjados do arrebol
penetravam-me suavemente
através da fresta da janela entreaberta
numa oferta de luz... e vida

a brisa traz de volta tuas caricias
ternuras jamais esquecidas
nesta lembrança fugidia

é madrugada... ainda


sábado, 16 de junho de 2012

[mágica cordilheira da utopia]


sei que o que busco não existe
mas assim mesmo procuro

acosso o tempo com ajuda das horas
suas emissárias
que submetem e escravizam
sedentas famintas
devoram... sem explicação

então,

penso naquilo que possuo
ou que me possui

o sol, a terra ou
o próprio tempo

devolvo os meus sonhos
àquele lugar d´alma d´espírito
d´onde brotaram

as mãos da imaginação
os (a)guardam silenciosas

porque,

os sonhos são montanhas de sementes
matrizes de potências adormecidas
um dia, talvez, despertarão

no momento... não

são apenas poesia
na mágica cordilheira
da utopia

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Solidão dual...


maravilhado e estupefato
descobre não estar sozinho
naquilo que pensa e insinua...

um século os separam
os livros trouxeram-no para o eremita
assim ele encontrou seu precursor...

satisfeito... é feliz

sabe que idéias engendradas na solidão
trazem a marca do silêncio
são quietas e caladas...

assim é o correto... assim deve ser
o sábio sabe que nada é definitivo
ao contrário tudo é bem relativo...

agora tem companhia nesta solidão
uma prazerosa e feliz relação
que chama “dualidão”...




domingo, 10 de junho de 2012

[a paz que vem de dentro]

Conta o poeta etéreo
Em um tom afetuoso
Que o viver é milagre
Deve se olhar ouvir
Os sinais

A Natureza brinca
Joga ensina guia
E revela os segredos
Da enigmática vida

Desde o arrebol
Que o pintor inveja
Até o azul do céu
Que reflete no (a) mar

As estrelas cintilantes
E a lua cheia platinada
Refúgio dos amantes

O olor dos jasmins
Aspergindo orvalho
Nas rosas encantadas
Enamoradas dos cravos
No deslumbrante jardim

Onde as borboletas
Beijam as flores
E as abelhas
Buscam o mel
No rastro
Dos beija-flores

Sublime!

Ah, poeta divino!
Um anjo um prumo
Derrama serenidade
Um centro...

Uma dádiva esta paz
Este rumo
Com sabor de êxtase
Que explode
De dentro...




sábado, 9 de junho de 2012

amor puro... puro amor

o imenso mar gota a gota
não preenche
o frasco do puro amor
que infindo
é essência... transcendente
auto alimenta se

nasce no âmago do próprio Ser
cultivado pelos longes distantes
silêncios iguais... nutrientes
são indeléveis energia cambiante

as aproximações
se amor não puro
são efêmeras
velozes fugazes
meros prazeres
que pontuais
entediam

acabam...

quinta-feira, 7 de junho de 2012

[ galáxia distante ]


olho o céu e o mar
solitária viajo
no pensar

deixo de existir
sou puro elemento
soprado pelo vento

invisível vou
desvanecendo
nesta ausência

então,

ouço... sempre
um brado distante
que (re)anima a vida

é o bardo cantando

um poema infinito
que me fita doando
presença

chamando...

quarta-feira, 6 de junho de 2012

[ sinergias ]


os poemas são sóis
trocam energias

e as sinergias
nutrem o poeta

como atleta
distante... corre

e o tempo morre
nesta maratona

só a vida é dona
desta magia

uma fantasia
que se desfaz

bela e sagaz
presente

iminente
nos versos

que inversos
geram emoções

camões
o bardo perdido

escondido
no mar de paixões

nas canções
que o povo canta

encanta
o pensamento

e o momento
abraça o vento

impedimento
tempestade final

só é imortal
a poesia

quando nada lhe falta...


terça-feira, 5 de junho de 2012

Rumores...


murmuram as águas na cachoeira espumante
precipitam se pelas encostas do rochedo
na busca licenciosa dos rasgos da montanha

o solo no vale lembra um mar de sangue
pelas flores vermelhas de um arbusto
que cresce ressoando em toda parte

cantam os pássaros uma sinfonia
para saudar o arrebol do crepúsculo
que vai colorindo o azul do céu

sussurra a inebriada noite
uma solidão de rumores paira sobre mim
neste meu refúgio (des)encantado

[invisível...rendo me assim]


sexta-feira, 1 de junho de 2012

Desassossego...


Tenho um sentir, mas me entristeço
Pois não me conhecia tanto assim
Quedo me lembrando do meu berço
E desta metamorfose surreal em mim

Amo tanto os outros que enlouqueço
Desassossegada com destinos e acasos
Desejo as alegrias e não me esqueço
Das tristezas, incertezas e fados

Anseio que a vida me surpreenda
Traga me a noite e o arrebol da aurora
Busco um coração que me compreenda

Afago o existir com sinceridade
Procuro a verdade em qualquer hora
Cobiço o olor da fugaz felicidade



quinta-feira, 31 de maio de 2012

Às vezes...



Às vezes,

Existe mais alegria
No imaginar

Existe mais amor
No desejar

Existe mais dignidade
No perdoar

Existe mais lealdade
No confessar

Existe mais beleza
No contemplar

Por que será?

As palavras são mentirosas
Os sentires são instantes
As emoções são perigosas
A realidade é mutante
As ideias são passageiras
As razões não verdadeiras

Às vezes...



terça-feira, 29 de maio de 2012

Poemas apaixonados

As letras penetrantes
Se enroscam felizes
Sensuais e lúbricas
Gerando mil palavras
Insinuantes
Enamoradas...

Seduzem
Concupiscentes...

Parindo versos
Embriagados que
Abraçam as estrofes
Temulentas
Até tombarem poemas
Apaixonados...



quinta-feira, 24 de maio de 2012

[utopia dos anjos]


nas árvores da floresta mítica dos sonhos
brotam as folhas inebriantes da fantasia,
vibram e vivem na brisa das imagens
solfejando as deliciosas alegorias.

é suplica dos anjos suaves da memória
navegando no mar do tempo sem rumo,
levados por ondas de sons metafóricos
que repousam nos encantos da poesia.



terça-feira, 22 de maio de 2012

Percepção...


Um agora veloz sublime
Que parece atordoar o tempo
É sentido como o navegar
Com ondas de sentimento

Olha-se o céu, que beleza!
Vive-se o perfume das flores
Tudo se mescla na natureza
Emitindo um élan de odores

Os pássaros bem cantantes
Coloridos e bem criados
Paralisam os instantes
Com seus sons e tons variados

À noite... é dia na estrada
Com a lua cheia brilhante
Iluminando a jornada
Do misterioso caminhante

Tudo acontece de repente
Como um passe de magia
O atrás corre na frente
O caos parece harmonia

Depois vem o esclarecimento
Desta maravilhosa sensação
Tudo aconteceu num momento
Da minha divina... percepção

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Sussurros incessantes...


Cuidado!
Com o sussurrar
Da nostalgia
Que o passado foi melhor

Cuidado!
Com o sussurrar
Da esperança
Que o futuro será melhor

Na verdade, ambas mentem

Mentiras têm mil faces
São super interessantes

A verdade parece sem graça
Uma só... é fulminante

Mas,

O que vale é o presente
Os nossos instantes

Estes sussurros
Que são marcantes

Porque são fontes do viver
Potência se atualizando

Que gera a energia vital
Permanente e incessante...




domingo, 13 de maio de 2012

Os sonhos... a mensagem


Fechar os olhos ouvindo o vento
Também os pássaros a cantar
Devagar vai chegando uma calmaria
Ofertando-nos o sono e o sonhar

A consciência vai se apagando
O corpo leve libera um torpor
Entramos num mundo estranho
Onde o inconsciente é o senhor.

Escapando da vigília
Nossa potência se libera
Atualizando nosso Ser
Neste letargo... nesta espera

Os sonhos são necessários
Para as pulsões emanarem
Desvelando o ente milagroso
Conselheiro dos que sonharem

Quando enfim... acordamos
Retornamos dessa viagem
Desapareceu o nosso oráculo
Mas, ficou registrada a mensagem

quinta-feira, 10 de maio de 2012

[os anjos... em mim]


Mergulho dentro de mim
busco a região amorosa do anjo
procuro nesta viagem o amor.

Aquele amor-anjo que é essência,
que me faz ser sublime melhor
com verdades e transparência.

E neste passeio me deparo
com aquilo que aprisiono,
o belo anjo negro

que se esconde no humano.

Este não posso libertar,
é sombrio e destruidor
assim... só mata a mim.

Ele roubou-me a imortalidade
Sua queda na humanidade
Condenou todos a um fim.

[existem dois anjos dentro de mim]




quarta-feira, 9 de maio de 2012

A oferta...


Sabes aquele dia terrível
Quando o ânimo morre
Abatido pelo invisível.

Ventanias e tempestades
O céu chora sinalizando
Que vais cair soçobrar.

Os anjos se escondem
Não querem testemunhar
Tua alma ferida rendida.

É preciso fugir resistir
Mas, sufoca se com o ar
Não se consegue reagir.

A tortura não se afasta
Aquela sombra te abraça
No fim, aceitas a desgraça.

Com pena... o silêncio e a dor
Confirmam este desamor e
Mergulhas no precipício.

[ofertas lhe o teu sacrifício]

terça-feira, 8 de maio de 2012

Beijos ...


Amor,

Se quiseres me sentir
Se quiseres me amar
Sinta e escute o vento

Veloz,
Este meu mensageiro
Carrega minha voz

E meu afeto...

Vou te acariciar
Inteiramente

Feche os olhos amor

Estarei te tocando
Mansamente

E teus lábios
Beijarei... perdidamente

sábado, 5 de maio de 2012

Ser mãe é assim...

todos os filhos
um dia partem
não interessa
devem ir

a vida deve (pro)seguir...

a mãe,
ajoelha se
e... os observa
somente

são sua semente...

sabe que irão lutar
ganhar... perder
não pode mais
os proteger

pertencem ao mundo...

sorrindo,
acena o adeus
esconde a dor
só lhes mostra o amor

ser mãe é assim...





quinta-feira, 3 de maio de 2012

Incoerências...

Queria conhecer a luz
Fugir desta escuridão

Queria acreditar
Fugir deste ceticismo

Queria transcender
Fugir desta imanência

Queria a autenticidade
Fugir desta aparência

Queria ser feliz
Fugir destas incoerências






quarta-feira, 2 de maio de 2012

A dor vive geminada ao meu amor


Têm dias, que gente fica tão revoltada, triste e dorida que parece que vai deixar (d)existir, para não dizer morrer, extinguir.Hoje não reajo mais , me afasto ,fico reclusa com meus tormentos esperando a tempestade passar. Porque descobri que a reação só iria alimentar o sofrimento... a frustração. Descobri, também, que aqueles que me são indiferentes, podem me derrubar, bater e massacrar... não me causam dor alguma mesmo que me destruam inteiramente. O que me mata e me faz sofrer é receber uma palavra má e injusta, como se fosse uma simples bofetada, daqueles que amo... isso, sim , acaba comigo. Mas, na vida (a)juntada (família e amizades) acontece... e as ferozes incompatibilidades passam. Aprendi há tempos, que na juventude a gente aprende (reage muito também), mas só na maturidade a gente entende... E, enquanto me forem queridos esta dor vive geminada ao meu amor...

segunda-feira, 30 de abril de 2012

[roubaram meus sussurros]

O vento roubou me palavras de ternura
entregou as à lua minguante
que escondeu se entre densas nuvens

as gaivotas tensas sentiram minha mudez
e voltaram para a terra
o mar se entristeceu

netuno ordenou às sereias que cantassem
seduzissem zéfiro mais uma vez

para que ele se intuísse com o luar
que transborda minha ternura nos amantes

ah, como sonho com meu sussurrar
suave e lírico... como uma canção

meus lábios querem voltar a balbuciar
as palavras de amor que estão represadas
no sangue arte(rioso)... do meu coração


domingo, 29 de abril de 2012

Au revoir...


Há momentos na vida
Que nos enviam aos céus

Sentimos tanta alegria
Que esquecemos o sofrer
Ignoramos a dor
Banimos a melancolia

Estes instantes são aqueles
Que superamos nossas mágoas

Sentimos que estamos libertos
Nossas correntes se romperam
A vida se mostra plena para nós

Leves e livres
Voamos para o infinito

Nunca mais olhamos atrás
Esquecemos tudo que nos magoava
Simplesmente, acenamos

Au revoir...




quinta-feira, 26 de abril de 2012

[surpresas...da emoção]

árvores
do conhecimento
galhos
do entendimento
flores
da razão

resoluta
surge a surpresa
desvela se
a emoção
liberando
intensa paixão

sepulta
toda solidão
matando a incerteza
entoando
uma inebriante
canção

saudando
o amor puro
nobre valente
que resgata
aquele frágil
coração...








quarta-feira, 25 de abril de 2012

[mágica desconstrução do tempo]



não existe tempo
não existe espaço
para o pensamento

ele voeja em todo lugar

basta o eco do olhar
pode navegar no (m)ar
ou velejar no vento

é mágico... é momento

a lembrança o segue
adeja no passado
como ninguém

é desconstrução de tempo

a serenidade se apresenta
elimina mágoas e incoerências
o pensamento é encantamento

tem forma de canto e harmonia

sem espaço e sem tempo
é pura magia as ideias afluem
é sonho, imaginação... é poesia



quinta-feira, 19 de abril de 2012

[os sonhos... e o homo]

viajar só é muito triste
lamentava o homo solitário
caminhando na vasta terra

o Criador comoveu- se com
a tristeza da sua criatura e
deu-lhe os sonhos por companhia

felizes... jamais se afastaram
um não existiria sem o outro
essências inseparáveis...

quarta-feira, 18 de abril de 2012

[ teus passos ]

quando as nuvens trazem
sedas para envolver meu corpo
que levita no céu do teu sorriso
onde a asas dos beijos me elevam

sinto a paixão abordando
e devagar se aproximando
no som dos teus passos
que silenciam meu cansaço

...e atiçam todas as sensações

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Reflexo...

olhe me e diga
... que vês?

consegues um olhar?

esta é a minha face inteira
as lágrimas são bem vindas
lavam minh´alma... libertam
cospem a máscara vencida

transparente desvelo me
e assim termina a sina
de imaginar me... imortal

não saberia viver escondida
na vazia palavra sem vida
nutrindo emoções abatidas

sinceridade sim... sem
alucinações angelicais
passo firme... coragem
de refletir me mortal

voes para longe belo anjo
aqui nunca foi o teu lugar
teu céu é nas estrelas

que cegaram me o olhar...

domingo, 15 de abril de 2012

Com amor... e por amor

venero(re)viver minha cobiça
entrar no coração e queimar
deitar na paixão... abrasar

numa noite maliciosa de luar
olhar as estrelas enamoradas
resgatar minha alma ardente
sedenta faminta de carinhos
que o lume interior sustenta

com amor... e sempre por amor

ALICE LUCONI NASSIF

quinta-feira, 12 de abril de 2012

[ amores terminais ]

antes,

eu me desviava
das lágrimas do céu
chuva doce macia
que caía no crepúsculo
para não me ferir
e te entristecer

te amava demais

agora,

o brilho do luar
caí sobre meu corpo
pela janela aberta
esmaga me no leito vazio
à noite morro assim
sim... me entristeço

por não amar te mais

quarta-feira, 11 de abril de 2012

[a vida quebra assim ]

o espanto
o desencanto
a queda
o estrondo
os fragmentos

a realidade
com o tempo
transparece

fazer o que?

é um fim...

junta-se
Os cacos
do coração e
com a razão
o restaura

é mosaico
do porvir
(re)animado

é devir...

esse é o movimento
do ser e do viver

sabes,

a vida quebra
assim...

[o poeta não é irracional ]

ser poeta não significa alienação
ao contrário cultua a atenção
o poeta vive além das intuições
seu olhar ultrapassa a si... transcende

o amor é sua fonte mais prazerosa
a dor faz parte é complementação
o intimo é a chama inspiradora
o Outro é seu cuidado sua aflição

a sua época é a sua fantasia
a história fonte de imaginação
a noite a lua e as estrelas
nutrem a sua alma preciosa

a aurora é sua companheira
o mar seu confidente leal
o sol ilumina seus profícuos dias
e suas palavras o tornam imortal

as imagens que cria são tesouros
escondidos na mente e no coração
só o poeta forja beleza da tristeza
e da morte uma eterna ressurreição

o poeta é o encantador da magia
expressa sentimentos e sensações
seu dom é decifrar todas linguagens
extasiar... revelar pensamentos emoções

[ o poeta não é irracional... ]

terça-feira, 10 de abril de 2012

Agonia ou serenidade?

Podes juntar todos os sentimentos
Alegrias e dores que caibam
Na tua mente... que pensa
Ou no teu coração que sente
Talvez... na tua poesia que expressa

Jamais irás desvelar me

Nem a meus complexos instantes ou
Pensamentos... singulares

Sou única... sou só... sou momentos
Nasci e irei perecer assim... indecifrável
E as tuas aproximações não decodificam
O enigma que sou, nem o meu eu esfinge
Decifra o que fui, sou ou serei...

Será isso agonia ou serenidade?

Nada saber... ser (ainda)possibilidade

domingo, 8 de abril de 2012

[ silêncio... tudo ]

impossível não ouvir
o grito deste silêncio
que atravessa o vento
perdido...sem ferir machucar

os raios do sol silenciosos
penetram o ar acariciando o
atravessam no sem magoar
enchendo o de luz...

quando se teve em demasia
a perda é maior... esse vazio
passa a ser um nada espaçoso

o silencio e a imaginação
criam imagens que preenchem
esse nada imenso... com tudo

são raios luminosos infindos
irradiados pela (sobre)vivência
que aquecem corações perdidos

quarta-feira, 4 de abril de 2012

[ simplesmente ... feliz ]

fico feliz quando o raio do sol me desperta
fico feliz quando a chuva derrama se em mim
fico feliz quando as mãos do vento me abraçam
fico feliz com o calor e com o frio

fico feliz por saber amar uma flor
fico feliz com o marulhar do mar
fico feliz com o céu estrelado
fico feliz com a magia do luar

fico feliz por saber pensar com amor
fico feliz em te ver feliz no teu amar
fico feliz em não precisar explicar
fico feliz em nunca duvidar... de mim

porque,

o indubitável alcanço com o refletir
do meu sentir... do meu pensar
mente e coração a fruir

[fico feliz por existir... acredites]

segunda-feira, 2 de abril de 2012

[ o refúgio ]

pela janela aberta fogem
o ontem e o amanhã
o tempo se desfaz
no sorriso dos instantes

florescem das ruínas
os lamentos apaixonados
das canções outonais
que amarelecidas entoamos

mas,

acordamos acariciados
pelo vento cegados pela luz
que mente... é sonho
a noite é jovem ainda

o coração pulsa em ondas
onde navegamos abraçados
e a maré que provocamos
afoga nos no mar desta paixão

então,

no refúgio da imaginação
morremos...

sexta-feira, 30 de março de 2012

[ o poder... ]

gosta de imaginar
coisas ou conjunções
maravilhosas

uma viagem à Paris
a neve na montanha
o pote no fim do arco-iris
lindas rosas vermelhas

e o amor como desjejum

se pode imaginar
consegue também sentir
fragrâncias fugidias

os perfumes que
seu olhar deseja
tudo...enfim

é generosa
impudica
sim...

por que iria ela
conflitar o real
ora insípido ora sombrio
e abatida perecer
como (m.)butterfly ?!

seria insensato
agora...

então, permite
que a imaginação
supra

assim,

um jardim do éden
(re)nasce

e o poema aflora...

[no espelho...arrependimento ]

penso sempre

em pedir perdão
por ter me desviado
de ti... de nós

arrasto me no labirinto
sedutor onde me inebriei
no perfume das guirlandas
interrogativas... sim ou não?

tulipas enfeitiçadas
pelo ramalhete da justificação

armadilha amaldiçoada
de vida fechada
pensada... sem emoção

amor autêntico
dispensa explicação
acontece na possibilidade
na abertura... coração

vive em qualquer dimensão
espaço e tempo se diluem

mas,
o sentir foi esquecido...

o amor desamparado
arrancou as raízes
e sem as paixões
morreu de inanição

e,

fiquei sem ter
a quem pedir perdão

[talvez... àquela no espelho]

quinta-feira, 29 de março de 2012

Onde está minha felicidade?

há pouco estava aqui comigo
enrolada aos meus pés

aliás ,

enrolada ao meu corpo todo
me acariciava

passou um vento soprando
incoerências impertinências
e tudo levou...varreu

onde está minha felicidade?

surfando nas nuvens
ou no(pro)fundo mar
da incompreensão

... que vazio
um vão uma ruptura
mal consigo sentir
a vida

quem levou minha felicidade
seja o vento ou o tempo
incertezas ou acasos
vai carregar um triste fardo

ela é só minha nasceu assim
jamais a irá desfrutar
sem mim

terá de devolver
e buscar cultivar seu próprio
jardim...de amor

mas,

se quiser tanto
a minha felicidade
traga a de volta... sim

revelarei o segredo
de como ser feliz

enfim...

quarta-feira, 28 de março de 2012

Refletindo...(de) mais

jamais imagino um fim
para aquilo que é eterno
nem acredito em mim
pois nem eu me confirmo
neste gesto gasto enfermo

a natureza me inunda
com o mar azul um céu
as estrelas a lua
amo a noite...

mas,

o dia traz me o sol
as flores as cores
a luz que necessito
a chuva... o arco-íris

do que mais preciso?

talvez,

dos sentires do pensar
das palavras da intuição
para forjar poemas
dissolver sem pesar
todos os dilemas

é tudo imaginação

pois,

quando a jornada
termina é que
se entende a experiência

tudo acaba... é ilusão
inclusive a existência

finita e maravilhosa

assim (pros)sigo nesta
interminável harmoniosa
imperativa reflexão

entendo que
só isso deve bastar

um vivenciar pleno
depois... um final

terça-feira, 27 de março de 2012

[o dia e a noite...]

(in)crédula atenta assisto
o romance rabiscado estrelado
dos astros que rodam geminados

se há lua é porque o crepúsculo
aceitou o convite da noite apaixonada
sempre sorrindo (des)enganada pelo
rei sol que se põe nesta paixão

a noite sonha ser única eterna
brinca de estrelas horas até ouvir
um grito... do tudo nesta dimensão
do poeta onde a emoção finge ser nada

a escuridão finda com a aurora

e a ópera prossegue no último
ato que de fato só confirma
o enredo repetido...(in)grato
dia noite... noite dia

(in)crédula atenta assisto
ao cantante estrelato
e deslumbrada aplaudo

a vida...

segunda-feira, 26 de março de 2012

[ trilha da liberdade ]

os versos se perfazem
um a um vão brotando
como flores de um jardim secreto
cultivado no silêncio dos segredos
da emoção... lume e guia

as palavras se escrevem
como trilhas luzentes
do poema que
espontâneo se compõe
clamando pela liberdade

dos sentires
dos pensamentos...

domingo, 25 de março de 2012

[sonhar... é preciso]

eu preciso sempre sonhar

creio que todos precisam sonhar
porque são os sonhos
que movem o mundo humano

estes, podem ter várias denominações
esperança ilusão perseverança
tanto faz...

sonho é desejo ... interesse
é a força motora da vida

muito triste não conseguir
sonhar... parece terminal

e , como morrem os sonhos?

morrem quando se realizam
tornam se realidades

às vezes,
nesta dimensão real
nos decepcionam
pois perdemos o controle
e boa parte desvia se

mas,

isso é positivo... motiva nos
a buscar outros sonhos
sempre desejarmos
algo...

é sonhando que sentimos
o coração da nossa existência

nos sentimos poderosos
projetamos tudo
situações fatos afetos e
mil possibilidades...

porque ,

antes da realidade se forjar
ela foi sonho ... foi desejo
que nutre nossa alma e
traz a coragem de existir

viver... sim!

mesmo sabendo se que nós
e todos nossos sonhos
têm uma data certa
para finalizar...

[eu preciso sempre sonhar]

sexta-feira, 23 de março de 2012

[ pessoas preciosas ]

nascem assim
puras bondosas
nada as corrompe

nem os sofrimentos
nem maldades ou sinistros
que vão surgindo no viver

essas coisas que acontecem

desilusões frustrações
ruínas fracassos crueldades

essas coisas que contaminam
e apequenam tantas almas
que poderiam ser grandiosas

essas pessoas valentes e
corajosas não são atingidas
no cerne ... na essência
da sua fonte de compaixão
de solidariedade e de amor
por si, pelos outros... pela vida

elas têm uma armadura de afetos
que dilui toda moléstia de caráter
suas posturas são sempre positivas
nenhum mal as atingem no âmago

sofrem choram gritam
mas, não causam danos
aos outros... aos seus iguais
são incapazes de ferir

são pessoas maravilhosas

suas reações são sementes
do que existe de superior
plantam e cultivam até o fim
o bem e a conciliação

isso não é uma alucinação
existem inúmeras pessoas
assim... preciosas

no passado já registrado
no presente que se atualiza
esses tempos movimentos
que forjam o porvir

porque,

para a humanidade continuar
é necessário que vivam
criaturas assim
vencedoras... excepcionais

vencem seus próprios instintos
os abalos,os impulsos destrutivos

acabar,exterminar e desistir
é muito fácil... todos sabem
uma triste e penosa realidade
o difícil é resistir... continuar

[e a existência... é continuidade]

quinta-feira, 22 de março de 2012

Meu pensar é assim...

Evocar o pensamento
É exorcizar o oculto
O ausente-presente
Que se esconde em mim

Mas, de onde ele vem?
Será um legado?

Este monologo silencioso
É a desocultação da retenção
Que vive no meu íntimo

Talvez , o consentimento
Para que possa fluir
Um começo ...de algum fim

Meu pensar é assim...

quarta-feira, 21 de março de 2012

Precioso momento...

meus olhos não abrem mais
nada querem ver do (i) real
distração (en)cobrimento
aparências demais...

o olhar se volta para dentro
penetra me o intimo
é imperativo conhecer me
é a hora do desvelamento

minha mente ocupada diz me
não saber o que eu sinto
mas, ignorar o que se sente
não significa não sentir

abraça me o precioso momento
de desvelar todo sentimento
e elucubrar todo sentir...

segunda-feira, 19 de março de 2012

Para mim...

Há um universo de corais
cobrindo o fundo
dos oceanos que abraçam
o planeta água

Terra
um grão de areia
flutuando no
verdadeiro Universo

Estrelas brilham no céu
estrelas nadam no mar
os seixos correm nos rios
as borboletas voam no ar

É um milagre... é o sol

Sustentando a vida
o prêmio maior
que dá ao homem
coragem de existir

No tempo no espaço
até o último suspiro
assim cantou Homero
assim clama a poesia

Que anestesia as dores
oferta um jardim
de flores e amores
para mim...

sábado, 17 de março de 2012

O poeta sabe...

O poeta sabe dizer palavras de amor
como ninguém...

Caso não consiga fazer mais isso
deixou de amar e de poetar
o amor por alguém

Sabe... porque
a poesia brota espontânea
quando se ama

Não se precisa pensar
não se precisa trabalhar
o texto flui... derrama

Por isso sabe se com dor
que a inspiração morreu ao enunciar
o final de um grande amor

Não se tem mais tempo
rege o alheamento
sobra constrangimento

O poeta sabe sentir este finalizar
como ninguém...

sexta-feira, 16 de março de 2012

[ tesouro...humano ]

há um tesouro
escondido
no profundo mar
do inconsciente

que em vagas brandas
de pensamentos
ascendem à superfície
e derramam
palavras secretas
desvelando
os mistérios
d´alma ...

é a fé
a força
desta alma
que se eleva
trazendo paz
e calmaria
em forma de poesia

para a mente
e o corpo que
fustigados tensos
necessitam...

e,
a poesia engaja

o poeta deve
ter orgulho
daquilo que é

humano...

jamais virar as costa
à sua humanidade

pois,

a providência
divina tudo
determina...

quinta-feira, 15 de março de 2012

Imagine...

Imagine um céu estrelado
Imagine o mais belo luar
Imagine o mar com suaves ondas
Imagine a beleza do por do sol...

Imagine o universo suspirando
Imagine o amor chegando
Imagine o olhar beijando
Imagine o todo amando...

Imagine a alma se expandindo
Imagine o final acontecendo
Imagine a imagem acreditando
Imagine o sonho se realizando

Por fim faça acontecer...

Cansei do olhar que sou

Cansei da arrogância
Cansei da grosseria
Cansei da ignorância
Cansei da hipocrisia

Cansei das mil faces
Cansei deste legado
Cansei do representar
Cansei do condicionado

Cansei das idolatrias
Cansei das aparências
Cansei das ideologias
Cansei do demasiado

Cansei das convicções
Cansei do exacerbado
Cansei das enganações
Cansei do endeusado

Cansei da esperança
Cansei do desejar
Cansei de ser criança
Cansei deste pensar

Cansei de tanto querer
Cansei do lugar que estou
Cansei de tanto morrer
Cansei do olhar que sou

[... é tempo de descansar]

terça-feira, 13 de março de 2012

[ coração carente ]

De repente
meu coração
bate acelerado
sentido...

Ele viu
ele sentiu
ele ouviu
amor (meu)...

É sonho
sonhado
saudade
sofrimento...

Coração
tolo(carente)
é emoção
momento...

segunda-feira, 12 de março de 2012

Temporais...

Nem sempre sobrevive se
aos temporais

Morri
tantas vezes
nem lembro quantas

Mas,
a cada vida
que deixei para trás
minh´alma rendeu se
despedaçando se

O que sobrou de mim
é pura essência
que goteja
o pouco de vida
que me restou

Transmuto me
em fria estátua de mármore
que foi esculpida
no vazio... frio
que agora sou

Nem sempre sobrevive se
aos temporais...

sábado, 10 de março de 2012

As poesias...

Uma idéia perfeita
Nasce nas profundezas
Do ser

É poderosa
Começa a dar ordens
Evita desvios e
Descaminhos

Ela vai se formando
Usando todos os recursos
Ancilares

Vai dando forma ao
Objetivo
À finalidade
Finalizando no sentido

É assim que nascem
Também
Todos os dias
As belas poesias...

sexta-feira, 9 de março de 2012

A esperança...

Gotejar na alma a água da chuva
Dobrar o lençol de estrelas
Que não aquece mais
Com os olhos deitar se dentro
Do olhar combalido do coração
Acariciando seu último pulsar

Adormecer no leito do rio triste
Que (re) corre para o (a ) mar
Na noite grávida da aurora
Que nasce desejando o dia
Presente àqueles que acreditam
No amanhã, surpresa do hoje
Que é futuro ... amor (tecido)

Porque,

A esperança nunca morre...

quinta-feira, 8 de março de 2012

Vida... aquilo que sou

Uma bela música é suficiente
Para desencadear emoções
Que a gente nem sabia
Que ainda podia sentir...

Um aperto no peito
E as lágrimas começam a rolar

As lembranças chegam devagar
Aquelas esquecidas renascidas
São demais... únicas e minhas
E só em mim elas se abrigam

Reafirmando aquilo que sou
Vida! Muita vida!

quarta-feira, 7 de março de 2012

O coração partido...

Tenho cantado ao meu coração consumido
Versos de amor que os deuses me ensinaram
Quero que se suavize mesmo partido
Meu canto expulsa os males que vingaram.

Nunca pensei que a tristeza venceria
Este belo e valente coração apaixonado
Que desafiou grandes titãs sem parceria
Era poderoso, mas acabou despedaçado.

Bastou um vento gelado traiçoeiro
Que trouxe a ceifeira fatal pela mão
E levou no comboio meu companheiro.

A alma reagiu a este ataque assistido
Tocando a maga lira que liberta a canção
Atenuando o sofrer do meu coração combalido.

terça-feira, 6 de março de 2012

Inicio do fim...

Vou recolher os pedaços
Dos beijos que me deste
Colar na alma entorpecida
Na beleza das flores e cores
Do jardim das emoções
Avermelhadas pelo arrebol

Vou juntar o perfume
Do vento tresmalhado
Que suspira na bucólica
Paisagem deste amor
Fendido ora perdido
Sedento choroso mendigo

Um mosaico... um borralho
Aspergido pelo orvalho
Do portal do coração
Tolamente esvaziado
Agora adormecido
Nos braços da solidão

segunda-feira, 5 de março de 2012

É a hora...

Sempre é hora
De meditar
Contemplar
Refletir

É tão fácil
Deitar no coração
Quente e puro
Ebulição devir...

O mundo
Verdadeiro
Esta dentro
De mim

Eu o penso
Eu o forjo
Eu o percebo
Solitária

Chegou a hora
De refletir
De consentir
Construir

Este fenômeno
Complexo
Maravilhoso
De existir...

quinta-feira, 1 de março de 2012

Um morrer de amor...

Desde que partiste triste magoado,
sofro demais todo dia a cada hora.
Amo te... meu amor eterno abençoado,
odeio a insídia que te levou embora.

Acreditaste no engano da maldade
como um Otelo perdido sem esperança.
A inveja vitoriosa matou a felicidade
no ardil que destruiu toda confiança.

Clamo por Eros, oferto lhe minha vida,
brado à Afrodite, sua mãe, deusa do amor.
Reclamo à divina Thêmis a justiça perdida.

Os deuses ignoram os lamentos e a dor,
condenam me a sofrer este fado de horror.
Esta saudade infinda, este morrer de amor.

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

O mundo amoroso... nosso

O esplendor da existência humana
Revela se no vínculo amoroso

Na presença luminosa do amor
Não precisa se estar aqui ou acolá
O encantamento nos encontra

Tudo acontece como deve ser
Basta estar numa abertura
E receber o que nos é ofertado

O que muito altera é o mundo
Que deixa de ser teu ou meu
Passa a ser nosso

O momento paralisa cresce
Na magia... é mundo

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Saber chegar...

Quando te vejo
Sinto o coração disparar
Arde queima minh´ alma
Com o teu doce olhar

Mas, quando te aproximas
Começo a chorar
Sei a diferença
Entre conhecer o caminho
E conseguir caminhar

Saber chegar ...

domingo, 26 de fevereiro de 2012

[ as memórias eternizam ]

Estranho é o esquecimento
Um aniquilar espontâneo
Às vezes, voluntário
Triste...

Emoções sensações fatos
Muito se viveu...

Mas,
Nada se cinzelou
Na memória

Os laços se desfizeram
Cúmplices do tempo

Alguns instantes
Como aves migratórias
Não pousaram no coração

Parece nos que
Na juventude aprendemos
Na maturidade entendemos

Sem as memórias
Sofremos angústias
Algo importante nos fugiu
Não eternizamos...





sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

És meu amor...

Cerrar os olhos sentir o vento
Que sopra para me acariciar
Pensar em você, deliciosamente
És meu amor neste imaginar...

Meus lábios querem teus beijos
Mas, minha boca não irás beijar
Porque vives noutra dimensão
És meu amor neste imaginar...

Recostar me em ti docemente
E ouvir o pulsar do teu coração
Um desejo, totalmente, impossível
És fruto da minha imaginação...

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

O saber da poesia...

Quanto mais
Paixão e
Arrebatamento
Mais lindo é
O momento...

Quanto mais
Lamento e dor
Mais intensa
Aparece brilha
A emoção...

Angústia
Sofrimento
Paixão e amor
Não se explica
Se sente fundo...

Daí,
Isso tudo
Nos tocar
Bem profundo
Para fruir e pensar...

O poeta é o primeiro pensador
Forja seu poema da intuição
E, da imediata sensação
Desvela nos o coração
A beleza da poesia é isto...

[um saber que brota das emoções]

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

O Vento e a Fantasia

O vento sopra em leve caricia
Convida me a sorrir a namorar
Sempre sedutor na doce malícia
Finjo me distraída sem o olhar

O vento insiste na conquista
É Zéfiro disfarçado para amar
O deus nada teme tudo arrisca
Beija meus cabelos a suspirar

Ansioso transforma se em ventania
Nada posso querer... sou Fantasia
Que energiza deuses e mortais

Clama para o mar com temporais
As belas nereidas em ondas aparecem
Abrandam no...e abraçados desvanecem

sábado, 18 de fevereiro de 2012

O desejo do olhar

Sou sol, sou lua e sou estrelas
Sou o mar, as ondas e as marés
Sou sede, sou fome e sou mazelas
Sou tudo que se sente através...

Quero ser cosmos ser universos
Quero ser som, ouvidos e olhar
Quero ser forte vencer os inversos
Quero ser luz que se obriga a brilhar

E, estes desejos que me culminam
São os frutos de afetos generosos
Que sorriem enquanto germinam

Não existem sentimentos demais
Só momentos ou acasos gloriosos
Perfumando as experiências reais

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Sempre sós...

Nascemos,
E morremos
Sós...

Devemos
Nos acostumar
Que é assim...

Responsabilizar
Alguém
Para nos fazer feliz?

É tolice,
Creio que é
Pura ilusão...

Devemos amar,
Devemos ser amadas
Mas, sem cobranças...

Tudo deve ser
Espontâneo
Como a vida é...

Só faremos
Outros felizes
Sendo felizes...

Para isso
Acontecer
Precisamos crescer...

Nascer,
Saber viver
E saber entender...

Nascemos
E morremos
Sós...

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Quem despertou?

Ruge o vento sinalizando tempestade
No doce recanto onde mora a saudade
Tremem o amor e o ardente coração
Movimenta-se a viajante perene emoção

Quem acordou na noite tempestuosa
Aquela fragrância doce generosa?
Paralisada e há tempos perdida
Agora alerta não mais adormecida

Como se nomeia esta intensa ventania?
Qual é o nome desta sábia tempestade?
São deusas? Criam mundos realidades...

São musas... entes da inspiração poesia
O vento é o mágico Sonho tão amado desejado
A tempestade é Imaginação o real fantasiado

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

O Eros da amizade

Quando o oportunismo
Passa a ser virtude
E a compaixão covardia
É hora do desespero

Tempos sombrios
Sombrios tempos

Quando se mergulha
Na espiral da angústia
O abismo da noite fria
Apossa-se da alma

Neste mar de escuridão
Surge um deus salvador
Como uma fênix iluminada
Que brilha grita resgata

O divino Eros da amizade

Reacende o lume
Oferta o calor
Que aquece a alma
Congelada perdida
Agora evolada
Pelo vinculo divino

domingo, 12 de fevereiro de 2012

[ somos e não somos]

Na ordem natural das coisas
Tudo flui nada permanece
O todo está em cada um
E cada um está no todo

Tudo se aproxima tudo continua
Tudo se desfaz tudo se agrupa
Assim diz Heráclito

Não deve se temer a mudança
Não há um comando (eu) central

Não deve se fugir da realidade

Deve se mergulhar no rio sem medo
Não só imaginar o mergulho
Deve se saltar o abismo do Ser
Não só imaginar o salto

O pavor se apega às teorias
Imagens falsas... fantasias
Não temer a si mesmo

Aparências são vãs
Enganos dos momentos

Espreita desviada da verdade

Porque a essência do Eu
Da identidade autêntica
É o fazer acontecer
É a atitude

O pensamento deve propiciar
O acontecimento
Não tomar o seu lugar

No mesmo rio entramos e não entramos
Na vida somos e não somos

O vir-a-ser e o deixar-ser... é autenticidade

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Inspiração...

Grande é a formosura
Dos raios do sol nascendo
Grande é minha ventura
De sentir ver acontecendo ...

Grande é a minha pulsão
Sinto meu coração acelerando
No alto da minha colina
Percebo a vida doando se ...

Presa nesse encantamento
A gente ouve a gente recebe...

E sem a mínima hesitação
Abraça este instante mágico
Que nos desvela
Esta significante inspiração...

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Penses, sonhes e sintas

Quando retornares
Não me irás encontrar
Estarei distante
Com as estrelas
Lá é o meu lugar

Mas,
O importante
É saberes
Que muito te amei
Parti sem desejar
Tinha de ser

Penses em mim
Sonhes comigo
Estarei contigo
Bem ao teu lado
Sorrindo...

Não sofras mais
Meu amor
Busque o lugar
Da alegria
No teu coração

Ela irá curar
Toda a dor

Celebre a existência
O Amor é essência
Existe na ausência

[penses, sonhes e sintas]