serei eu estas máscaras
que a vida me obriga a usar
em cada flagrante, cada encontro
que transforma minha consciência
neste oceano de impermanências
que o tempo movimenta em ondas?
sinto, que cada
presente me escapa
por entre meus dedos [ é passado]
instantes que esculpem novas máscaras
para este meu (aflito) personagem
que deve se enquadrar aos cenários.
...e, já não sou hoje o que era ontem
vivo nas transformações, devir sem retorno
só máscaras sobre máscaras [“eus”]
sem face alguma por detrás
sendo o disfarce, minha atuação
neste mundo tão inconstante...
sou meus desejos,
sou minha solidão
sou o silêncio que me habita
esta presença da ausência
[de qualquer sentido]
sem indulgência alguma
uma dor enorme, invisível, sem alívio
uma insistência [sem significação]
sou tudo o que não (a)parece, exclusões
sou o subliminar , o inconsciente
aquele regente oculto, escondido
bem mais de quatro quintos do “Ser”
sou o refém desta ocultação...
não sou aquilo que os outros dizem
aquilo que os outros querem
aquilo que preciso “interpretar”
representar, partilhando experiências
da existência que ‘ anima’
esta contingência, necessária
(este menos de um quinto)
que afirma ser meu(s)
Eu(s) ”.
...ou, muito me engano
e, serei eu
(estes) “eus”?!
este tão pouco , quase nada
esta fugacidade “real”...
Um comentário:
parabens pela bela poesia
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