sexta-feira, 28 de março de 2014

Sementeiras d´ arte

 o novo é:

fazer a mesma coisa, diversa
melhor ou pior, depende
do  condicionado,  buscado
o paradigma elaborado...

a originalidade se alimenta
do já acontecido,  feito
a mesma coisa, diferente
d´uma matriz já existente...

do cinema mudo, o novo
Wells, Lang...  Truffant, Godard
do verso aprisionado,  o livre
insight (presente) de Whitman
Maiakovsky,  Poe,  Baudelaire …

da pintura de textos bíblicos
o naturalismo... retratos
paisagens ,  progresso
fumaças das chaminés
operários , cabarés...

as cores libertas
(luz e sombras)
brancos , amarelos
azuis, verdes, carmins
Da Vinci, Rafael, Rubens
Manet, Degas, Cézanne
Van Gogh, Monet,  Modrian...

 novidades!?  só vestes revolucionárias
máscaras e véus do original, sementes
que mãos ávidas  re.semeiam...

é  revisitando o já cultivado, viveiros
que pode-se  revolucionar ‘conceitos’
expandir  a divina criatividade
construir obras geniais, rebeldias
com  sereno respeito aos ‘elementares’
 primitivas sementeiras  d´arte
(berço de mágica e harmoniosa linguagem)
mater  da beleza, do sublime e do prazer

agora, uma vigorante  necessidade...








Nobre porcelana


sinto saudades de mim!
tão reais quanto a chuva
tão leves que planam no ar

saudades do que vivi                                               
e, daquilo que desejei viver...
o espelho de onde comecei, meio e fim
(o lado silencioso)

saudades das memórias
que se apagaram com o tempo
não sei qual delas é sonho

saudades da pulsão da vida
algumas conversas e uma mesa plana
a brevidade de nós
no  longo som do  dia a dia...

tantas saudades, sinto
sensação de todos os fios d´água
do riacho que corre no peito
[a extrema solidão do existir]

dizem que quando Deus tem saudades
manda o luar , a noite e as estrelas
para inspirar os poetas  
...e, os ‘calientes’ namorados

um derrame ardente de  amor!

eu?

só quero voar direto para a chama...




Alice Luconi & Vania Lopez



Do esquecimento


parece que jamais existiu
desaparece no silêncio
sem deixar rastro algum
nem mesmo o nome
gravado no tronco da árvore
espaço-tempo,  momentos
 deste  misterioso  ‘existir’ [ sentir]

a semente que semeou
o vento levou no turbilhão veloz
das sensações fugidias, mutantes
que se renovam e extinguem ‘vidas’
num piscar de olhos.

 ... os restos fluem como rio para o mar
do esquecimento,  este sim
o verdadeiro sepulcro
destas frágeis existências.











quinta-feira, 13 de março de 2014

Paixão , obsessão e solidão


busca um espaço melhor
(a procura desvela o caminho)
olha no mapa, vê o lugar
não conhece, mas o sente
desacelera as ideias nele
 dá à solidão sua companhia

esta suspira à fresta da janela
sente uma enorme compaixão
vê desejo e paisagem, o corpo
que maravilhado se entrega
 às mãos carentes da escrita
que sendo,  eterna , loucura
constrói o sepulcro,  obra
o fim da permanência...

não pode suportar!

lagrima  de saudade
da sensação dorida da arte
(sua paixão desmedida)
que veste e sustenta a criação

precisa continuar , retornar!

tudo , então, recomeça
à luz da sua obsessão
refletindo faces no papel
(espelho de palavras)
que  ilumina as sombras
 escoltando sua imensurável
solidão...







domingo, 9 de março de 2014

Saudades ...


 sinto saudades de mim!

saudades do que vivi
e , daquilo que desejei viver...

saudades das pessoas queridas
que se foram, com ou sem adeus...

saudades das memórias,
que se apagaram no tempo...

saudades da pulsão de vida,
que diminui dia a dia...

tanta saudades,  sinto
um aperto forte no peito...

as emoções retornam,
a mente esquece, o coração não!