segunda-feira, 4 de abril de 2011

Refletindo a vida... qual seu sentido?

Admiro pessoas desligadas, que não gostem de pensar em demasia, acho que as invejo também. Vivem o aqui e o agora , são felizes. Passado e futuro não existem. Não é errado viver assim, deve ser maravilhoso...

Mas, eu sou diferente, me apaixonei pelo pensamento e imaginação desde menina. Fui criada em escola internato. Carente, fugia daquela prisão pela leitura de livros - através dos pensamentos e da imaginação. Viciei minha mente. Qualquer instante da vida me leva a pensar, refletir e imaginar. Muitas vezes, demasiadamente, chega doer tamanho desassossego...

Dizem que nos pomos a pensar quando descobrimos que somos finitos, simples mortais. A partir daí busca-se através do pensar, o sentido da vida... e, de tudo mais.Respostas aparecem aos montes e variadas... vão se modificando com o passar dos séculos. O que permanece sempre é a mesma questão - Qual o sentido da vida?

Acho que é por isso que a razão nos abraçou, somos os únicos viventes que sabem que finalizam, morrem. Creio que filosofar/pensar não é só racionalizar (razão), mas é imaginação criadora – há séculos busca-se e encontram-se respostas, que se renovam sempre.

Entretanto, particularmente, acho que a vida não tem sentido algum. Quem tiver a sorte de nascer, crescer e morrer (um prêmio) com dignidade e respeito por esta vida (e tudo que vem com ela : época/sociedade/contexto) que é uma dádiva, venceu a eternidade... e existiu – eis o sentido.

Vou encerrar essa divagação/reflexão com pensamentos de Steiner e versos Heine (pertinentes).

Gosto deste pensamento de George Steiner :

“ Foi a mediação do imaginário, do inverificável (o poético), foram as possibilidades da ficção (mentira) e os saltos sintáticos para amanhãs sem fim que transformaram homens e mulheres, mulheres e homens, em charlatões, em murmuradores, em poetas, em metafísicos, em planejadores, em profetas e em rebeldes em face a morte”

Também amo estes versos de Heine:

E não deixamos de perguntar,
Uma vez e mais outra,
Até que um punhado de terra
Nos cale a boca...
Mas será isso uma resposta?

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