segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Um amor imortal... ‘prometido’.

Como Prometeu acorrentado tenho me sentido.
Ele foi castigado por Zeus por amar os homens
E por amor, o fogo furtou e o doou à humanidade.

Semeou o conhecimento que permitiu ao homem
Superar todos os outros animais da terra.
Mas, a superioridade era só para deuses...

O deus nunca o perdoou.
E aprisionado o titã ficou no rochedo,
Com a águia devorando-o e torturando
Até o poderoso Hércules libertá-lo.

Acorrentada me sinto (também)
Meu rochedo é a realidade.
Roubei um amor impossível,
O coração quando ama não reflete
Insiste na emoção... sua felicidade.

Por isso sou cruelmente castigada.
Este amor não deveria ter acontecido,
Minh´alma vive torturada pela ausência
Deste afeto verdadeiro... mas, proibido.

Entretanto,
sem arrependimentos
como Prometeu eu prossigo.
E nessa torrente do viver
Acabo amando minhas correntes
E o meu próprio castigo...

Hércules algum me salvaria,
Deste amor imortal... ‘prometido’.







sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Os castelos de pensamentos (e as cabeças)

Meus castelos de pensamentos
Nas areias movediças afundam
Sem eira nem beira... invisíveis.

A vida não é constituída de castelos
Estes tolos ‘sem eira nem beira’
Construídos para o baile de máscaras
(de reis, rainhas... e súditos)
Do universo das ideias, belas fantasias...

Vida é a realidade (o cotidiano)
O tapa na cara da fome e da miséria
O beijo em todas as bocas sedentas
Que sangram feridas pela injustiça
E gritam para acordar os insensíveis
Aos lamentos distantes... ou próximos.

Choram (também) as crianças
Órfãos do amor e da compaixão
Daqueles grandes e poderosos
Que podiam evitar a destruição
Dos corpos e das almas que se perdem
Nos braços da morte nas guerras incentivadas
Pela soberba e arrogância do lucro macabro...

E, por fim, depositam a cabeça da esperança
Na guilhotina da desumanização da vida...

Voltam os insistentes ‘sem eira nem beira’ :

Que será que Maria Antonieta pensou ao ser decapitada?
“Isto é um pesadelo, sou poderosa, não está acontecendo”
Sua cabeça ( castelos) tombou cheia de pensamentos ...

Quando irão cair as cabeças (os castelos) dos grandes de hoje?
Quem fará a nova revolução (à francesa)?
Já aconteceu? O consequente (pós) terror se mostra
De todas as maneiras... e a pior é a ‘silenciosa’ disfarçada.

A vala para almas é atemporal e infinda...








quarta-feira, 19 de setembro de 2012

A melodia da escrita

É no som da solidão
Que ouço a canção
(da pura essência)
Que me liberta dos
Condicionamentos
Daquela aparência
Que me veste tão mal.

Esta música vence
Os espectros aleijados
Das linguagens enganosas
Desviadas de vivências
Discursos falsos e vazios
Desprovidos de potência
São abissais e nada dizem.

Nesta solidão nascem as palavras
Do som das minhas sensações
(experiências fidedignas)
Melodia legitima
Da minha autenticidade.

E,

É na primeira página
Que deve surgir o cheiro e o gosto
Das páginas seguintes.
Sagrando o estimulo saboroso
Jamais o tédio nauseante
Que obriga a desistir
Da magia da escrita

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Poderíamos...

Poderíamos caminhar de mãos dadas
Poderíamos nos extasiar com o arrebol do crepúsculo
Poderíamos nos amar perdidamente
Poderíamos ser as almas gêmeas
(por pequenos momentos)
Como os poetas cantam...

Mas, ‘poder’ não significa ‘dever’
Algo que possa vir a acontecer...

Sou terrivelmente melancólica e triste
É assim que sempre me entendi
Não sacrificaria ninguém para ser feliz
(por pequenos momentos)
A não ser eu mesma... preço que posso pagar.

E,

A vida nunca se mostra inteiramente
Só avisa que tem dois lados
O da vitória e o da derrota... no silêncio.

Até esta vida acabar não se sabe o resultado
Nem se esta vida é realidade ou ilusão
(ela é sempre um enigma)
Da razão ou da emoção.

Poderíamos estar só sonhando
Poderíamos estar só imaginando
Poderíamos ser até insanos
(e simplesmente)
Esquecemos que enlouquecemos

... tudo é uma possibilidade, não?

domingo, 16 de setembro de 2012

Dia de borboleta...

Tem dias que amo a vida
e outros que a detesto muito,
coisas de angústia existencial...

Tem dias que desejo ser uma borboleta
com cores vivas, sinal de vitória
voando sem direção ou lugar.

Meus pensamentos
(imaginação criativa)
querem viver metamorfoses
como as belas borboletas.

Aqueles momentos esperançosos
que acreditam em ‘liberdade e poder’
depois de ficarem aprisionados
no casulo escuro das ideias
(idealizando utopias).

Esperam as rupturas e as transformações
como as lagartas famintas e esperançosas
das asas que proporcionarão voos
para todo lugar sem qualquer direção.

Com o intenso desejo de existir
(vontade de sobreviver)
e de se realizar... antes do fim.



quarta-feira, 12 de setembro de 2012

[a saudade]

no silêncio ouvi
era o dedilhar de um piano
aquela música era linda
eu a sentia tanto que doía
então, comecei a chorar...

o sentimento forte demais
sem poder se mostrar
maltratou-me...eu sangrava
parecia uma profanação

amava aquela música
mas, algo nela tocava fundo
todo meu amargurado ser
e estava partindo meu coração

será que alguém mais a ouviu?





A mais bela canção...

O coração bate devagar
Como um sino a badalar
É sinfonia de poesia
Que se doa sem nada cobrar
À sensibilidade do poeta
Que ama o seu poetar

Sua escrita é sem obrigações
Seu poder é sua imaginação
Sua determinação é sua criação
A poesia é sua mais bela canção
Sua eterna inspiração que
Faz pulsar seu bravo coração...


[a imaginação anda como um anjo pelo céu]


amo a quietude e o silêncio
como se fosse o curso do sangue pelo corpo
amo aquela descomunal solidão
que deixa rastos de palavras
amo as altitudes,
(a imaginação anda como anjo pelo céu)
as montanhas me fazem bem
sugam a cor do dia e distribuem pelo vale
liberto, então, as palavras
que sangram dia a dia
aquelas bem prenhes fortes
como se a terra as tivesse engolido
que trazem as tempestades
parecendo iniciar uma jornada


eu as grito e as jogo ao vento... acorrentado à pele


palavras com sentimentos
dissolvidas em uma colher de aço
(forjadoras de renascimentos)

(re)gelando e (re)matando
com um sorriso de sabedoria...


Vania Lopez & Alice luconi

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Palavras vadias...


As palavras não importam
não são protagonistas.

São figurantes secundárias
nem libertam os sonhos,
(embora desejem)
aprisionados na realidade
nua e crua do cotidiano.

Importa a linguagem
devastadora do sentir
que sustenta a inspiração.

É êxtase e é veneno d´alma
nutrindo-a com promessas,
(que jamais se cumprirão).
Das bocas e corpos desejosos
dos beijos e caricias perdidas
no labirinto da imaginação.

Como recordações fugidias
ou esperanças sem sanções...



sábado, 1 de setembro de 2012

A magia da poesia

Poesia é arte
Brilha como um sol
Transluz a imaginação
Numa linguagem
Estética... do sublime

A obra desta arte
Bela e única
É o poema

A poesia é o sentimento
Transcende ao fático
É metafísica... possibilidade

O poema é a expressão
Em palavras desse ‘milagre’

E o poeta?

É o artista
Um guerreiro
Que luta dia a dia
Com as palavras
que expressem
sua poesia
no verbo eloquente

mas,

as palavras
não se entregam
facilmente
o bardo, então
se engalfinha
ferve sua verve
treme na base
por fim vence

é persistente
e como um mago
encanta as palavras
na magia dos versos
das suas sublimes frases

é sempre assim...