sábado, 10 de novembro de 2012

O tempo toma conta...


As densas nuvens se desfazem
Nos braços do vento amoroso
Abraçados e suspirosos observam
As montanhas e os verdes vales
Os rios derramando se nos mares.

As árvores frondosas dos bosques
Na primavera brilhante glamorosa
São as mesmas que perderam as folhas no outono
E se embruteceram no inverno num negrume
Como o bom carvão que um dia foi lume.

As afortunadas árvores são como nós
(guerreiras valentes esperançosas)
Vencem as estações e se renovam
Nas instigantes temporadas da vida.

Porque nossos instantes mais preciosos
(sementes das vivências)
Ficam entalhados no nosso âmago e
Luzem como diamantes escondidos
Guardados no tesouro da memória
Na profundidade abissal do nosso ser.

Mas,

Aquilo que foi desperdiçado
Jamais retornará para nós
(nas lembranças não há vazios)
Fica perdido no passado.

E o tempo sempre toma conta
(daquilo que fomos)
Empurrando-nos para frente.

Viver é o grande desafio
(vida contemplativa e activa)
Devotado à sabedoria e ao amor
Atos e relações elevadas
São imperativos no devir insistente.

Porvir é futuro des-programado
(sabemos disso e desejamos ser felizes)
Não há um destino nem existe um fado

Enquanto há vida sempre haverá esperança.

E as densas nuvens se desfazem
Nos braços do vento (tempo) amoroso...



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